Presidente Michel Temer reclamou de
Marcos Corrêa/PR - 27.4.18
Presidente Michel Temer reclamou de "vazamentos irresponsáveis" e disse que vai pedir apuração interna na PF

O presidente Michel Temer decidiu convocar a imprensa na manhã desta sexta-feira (27) para rebater as suspeitas levantadas pela Polícia Federal, que apontou em investigação  suposta prática de lavagem de dinheiro pelo emedebista e por sua família por meio da compra e reforma de imóveis. As suspeitas foram divulgadas hoje pelo jornal Folha de S.Paulo e se referem à primeira fase da investigação conduzida no âmbito do inquérito sobre o decreto dos Portos, aberto há seis meses com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em pronunciamento no Palácio do Planalto, Michel Temer rechaçou as suspeitas e disse ser alvo de uma "perseguição criminosa disfarçada de investigação". O presidente garantiu que não possui "casa de praia, casa de campo, apartamento em Miami, ou vencimentos fora da lei" e disse que se considera vítima de "pessoas de má-fé" que tentam "atingir a sua honra". 

"Qualquer contador, qualquer pessoa de bem consegue concluir que, ao longo do tempo, eu obtive recursos suficientes para comprar os imóveis que comprei e reformar os imóveis que reformei. Só um irresponsável mal-intencionado ousaria tentar me incriminar... A minha família, minha filha, meu filho de 9 anos de idade, como lavadores de dinheiro. Dizer que lavei dinheiro numa casa alugada, que gastei R$ 2 milhões... Em que mundo estamos? É incrível. É revoltante. É um disparate", protestou o presidente.

Temer reclamou ainda dos "vazamentos irresponsáveis" de informações sobre a investigação da PF e disse que pedirá ao ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, que determine uma apuração interna na corporação sobre o episódio. "Eu não posso sair da Presidência para carregar essa pecha irresponsável que tentam a todo momento me colocar. As pessoas de má-fé estão manipulando informações e usando a imprensa para os seus propósitos de atingir a minha honra."

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Investigações contra Temer

Segundo reportado pela Folha , os investigadores da Polícia Federal acreditam que Temer recebeu ao menos R$ 2 milhões em propina por meio do coronel aposentado da Polícia Militar João Baptista Lima Filho, o coronel Lima.

Amigo pessoal do presidente, o militar é tido como o principal elo entre Temer e esquemas com diversas empresas. O depoimento de um empresário revelou aos investigadores que a reforma do imóvel de uma das filhas de Temer, a psicóloga Maristela , foi paga em dinheiro vivo por intermédio da esposa do coronel Lima. Agora, as apurações buscam identificar outras reformas e operações imobiliárias envolvendo Temer e seus familiares que possam configurar crime de lavagem de dinheiro.

O presidente, em seu pronunciamento, reclamou que não foi pedido a ele os documentos e comprovantes referentes aos imóveis colocados sob suspeita. "Ao contrário. O que passou a ser comum são as ilações", lamentou Temer.

O emedebista também protestou contra o novo pedido feito pela Polícia Federal ao Supremo para prorrogar o prazo do inquérito sobre o decreto dos Portos por mais 60 dias. Essa já pode se tornar a terceira vez que o prazo para a condução das investigações contra o presidente é estendido. "O que se apurou foi que não havia nenhuma ilicitude. Quer se deixar o presidente da República numa situação de incômodo, e isso tem repercussões nacionais e internacionais.
Se tenta desmoralizar a figura da Presidência da República para atrapalhar o progresso do nosso País", teorizou Michel Temer .

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