O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou um recado, nesta segunda-feira (16), para a militância que está acampada em frente à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR) desde o último dia 7, quando o petista foi preso.
Em carta, Lula afirma que ouviu o que os manifestantes cantaram e que está agradecido pela presença e resistência de todos, no que o petista chamou de “ato de solidariedade”. Ele afirmou que continua desafiando a Polícia Federal, o Ministério Público Federal, o juiz Sérgio Moro e a segunda instância a provarem o crime que supostamente cometeu.
Leia a íntegra da carta
"Eu ouvi o que vocês cantaram. Estou muito agradecido pela resistência e presença de vocês neste ato de solidariedade. Tenho certeza que não está longe o dia em que a Justiça valerá a pena. Na hora em que ficar definido que quem cometeu crime seja punido. E que quem não cometeu seja absolvido.
Continuo desafiando a Polícia Federal da Lava Jato, o Ministério Público da Lava Jato, o Moro e a segunda instância a provarem o crime que alegam que eu cometi. Continuo acreditando na Justiça e por isso estou tranquilo, mas indignado como todo inocente fica indignado quando é injustiçado.
Grande abraço e muito obrigado."
De saída
O Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJ-PR) determinou que os manifestantes acampados nos arredores da sede da Polícia Federal em Curitiba , deixem o local imediatamente.
Leia também: "Fui ingênuo, mas não cometi crime", diz Aécio na véspera de julgamento no STF
A decisão foi proferida na sexta-feira (13) pelo juiz Jailton Juan Carlos Tontiniu, substituto da 3ª Vara da Fazenda Pública, que impôs multa diária de R$ 500 mil em caso de descumprimento. O valor será cobrado do Partido dos Trabalhadores (PT) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), por parte dos apoiadores do ex-presidente. Já do lado dos opositores do petista que foram atingidos pela decisão judicial estão o Movimento Brasil Livre (MBL), o Movimento Curitiba contra a Corrupção e o Movimento UFPR Livre.
O magistrado justificou sua decisão alegando que a medida visa evitar o uso da força policial e dissuadir os grupos que descumpriram uma liminar anterior, concedida semana passada pela Justiça à Prefeitura de Curitiba. A liminar proíbe os manifestantes de transitarem nas áreas determinadas, impedir o trânsito de pessoas e montar estruturas e acampamentos nas ruas e praças da cidade.
Leia também: Juiz do DF autoriza 42 depoimentos em ação penal contra o quadrilhão do MDB
De acordo com a prefeitura da capital paranaense, a prefeitura de Curitiba, cerca de 500 pessoas (favoráveis ou contrárias a Lula ) estão acampadas no entorno do prédio da Polícia Federal, “causando transtornos e a precarização na prestação dos serviços públicos aos moradores pelo bloqueio às ruas”.