O ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) Rui Falcão confirmou, na manhã desta sexta-feira (6), que Luiz Inácio Lula da Silva não irá se entregar à Polícia Federal, em Curitiba, até o fim do dia de hoje, como determina a ordem de prisão expedida pelo juiz federal Sérgio Moro.
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A declaração de Falcão ocorre horas após o jornal Folha de S.Paulo afirmar que conversou com o ex-presidente Lula por telefone e, às 8h30, sua decisão era de não ir para Curitiba se entregar.
Lula ainda permanece na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), para onde se dirigiu no início da noite, logo após o anúncio da expedição do mandado de sua prisão pelo juiz Sérgio Moro.
Conforme a decisão de Moro, o petista tem até as 17h desta sexta-feira (6) para se apresentar na capital paranaense à Polícia Federal.
Durante toda a noite, o ex-presidente esteve acompanhado pelos filhos e correligionários. O petista acabou não fazendo nenhum tipo de discurso, mas acenou e desceu para cumprimentar alguns de seus aliados.
Ainda segundo o jornal, Lula disse que estava tranquilo, bem disposto, e que já tinha feito seus exercícios matinais como faz todos os dias.
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Apoio de Dilma
Um dos discursos feitos em cima de um carro de som estacionado em frente do sindicato foi o da ex-presidenta Dilma Rousseff. Ela disse que o pedido de prisão expedido pelo juiz federal Sérgio Moro contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “faz parte do golpe” que começou com seu impeachment.
“O Lula é inocente. Está sendo vítima de uma das mais graves ações contra uma pessoa. Nossa Constituição é clara. Não se pode prender sem ter esgotado todos os recursos. O presidente tinha direito de recorrer”, disse.
A ex-presidente acrescentou que “isso faz parte do golpe. O golpe que começou quando me tiraram da presidência da República sem nenhum crime que eu tivesse cometido. “O que nós assistimos hoje é a rapidez com que decidiram privar o maior presidente desse país do direito mais sagrado da Constituição brasileira que é a liberdade”.
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O juiz federal Sérgio Moro deu até as 17 horas desta sexta-feira (6) ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para se apresentar "voluntariamente" à Polícia Federal em Curitiba, base da Operação Lava Jato. Lula foi condenado a 12 anos e um mês de prisão no processo do caso triplex do Guarujá.
Novo habeas corpus
A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou, ainda na noite dessa quinta-feira (5), com um novo pedido de habeas corpus junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), em uma tentativa de impedir a prisão do petista, mesmo após a determinação do juiz Sérgio Moro.
No novo pedido, os advogados usam o argumento de que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) antecipou a execução da pena porque a determinou antes da publicação do acórdão do julgamento dos embargos de declaração apresentado pela defesa.
"A defesa sequer foi intimada do acórdão que julgou os embargos de declaração em sessão de julgamento ocorrida no último dia 23/03. Desse acórdão ainda seria possível, em tese, a apresentação de novos embargos de declaração para o TRF-4", diz o comunicado da defesa de Lula.