O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) deverá julgar na próxima quarta-feira (11) um pedido de liberdade apresentado pela defesa do ex-ministro Antonio Palocci, preso desde setembro de 2016 em Curitiba, no âmbito da Operação Lava Jato. No mesmo dia, o plenário deverá analisar a decisão do ministro Dias Toffoli que concedeu ao deputado Paulo Maluf (PP-SP) a prisão domiciliar.
As ações de Antonio Palocci e Paulo Maluf foram inseridas na pauta pela presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, na tarde desta sexta-feira (6). Ainda no próximo dia 11, o ministro Marco Aurélio Mello deverá levar a julgamento um pedido de liminar (decisão provisória) para impedir a prisão de condenados em segunda instância e soltar aqueles que recorrem ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), de terceira instância.
Maluf
No caso de Maluf, Cármen incluiu na pauta, para referendo do plenário, a decisão liminar (provisória) com a qual o ministro Dias Toffoli concedeu prisão domiciliar ao deputado Paulo Maluf (PP-SP) , no fim do mês passado.
Maluf foi condenado no ano passado pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo crime de lavagem de dinheiro. Um recurso contra a condenação também foi pautado para julgamento em plenário na próxima quarta.
O deputado foi acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ter recebido propina em contratos públicos com as empreiteiras Mendes Júnior e OAS quando era prefeito de São Paulo (1993-1996). Os recursos foram desviados da construção da Avenida Água Espraiada, hoje chamada Avenida Roberto Marinho, de acordo com a denúncia. O custo total da obra foi cerca de R$ 800 milhões.
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As investigações se arrastaram por mais de 10 anos desde a instauração do primeiro inquérito, ainda na primeira instância da Justiça. Os procuradores responsáveis pelo caso estimaram em US$ 170 milhões a movimentação total de recursos ilícitos. O Supremo assumiu o caso após a eleição de Maluf como deputado federal.
Palocci
Palocci está preso preventivamente desde setembro de 2016 e já havia pedido, em mais de uma ocasião , prioridade no julgamento de seu habeas corpus, que foi liberado para o plenário em maio do ano passado. Ele ainda não foi condenado em segunda instância.
O ex-ministro da Fazenda foi condenado em junho do ano passado a 12 anos e dois meses de prisão, inicialmente em regime fechado, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, que lhe negou o direito de recorrer em liberdade.
Antonio Palocci já teve diversos pedidos de liberdade negados em sucessivas instâncias. Em maio do ano passado, o relator da Lava Jato no STF, ministro Edson Fachin, rejeitou monocraticamente o pedido de habeas corpus do ex-ministro da Fazenda e enviou o caso ao plenário.
* Com informações da Agência Brasil