Presidente Michel Temer não escondeu sua insatisfação ao ser incluído em inquérito sobre propina da Odebrecht
Marcos Corrêa/PR - 1.3.18
Presidente Michel Temer não escondeu sua insatisfação ao ser incluído em inquérito sobre propina da Odebrecht

Michel Temer (MDB) conseguiu articular apoio suficiente na Câmara dos deputados para barrar duas denúncias apresentadas contra ele pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot , e poderá ter de fazê-lo novamente em breve.

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É o que avaliam membros do governo, que viram na prisão de amigos próximos ao emedebista um sinal de que a procuradora-geral, Raquel Dodge , pode apresentar nova denúncia contra o presidente nos próximos dias. A informação é do jornal O Estado de São Paulo .

Se assim for, o já combalido projeto de Temer de se lançar à reeleição em outubro ficaria enfim inviabilizado. O presidente, inclusive, já estaria preparando uma reforma ministerial tendo em mente o apoio necessário para barrar a nova denúncia no Congresso.

Como nas duas denúncias anteriores de Janot, que se referiam à atuação do presidente junto à JBS e às doações supostamente ilegais à cúpula do MDB, antes de a denúncia seguir para o Supremo ela precisa ser submetida ao Congresso, que decide se a aceita ou não.

Se aceita, o presidente é afastado de suas funções. Em caso de não ser aceita, como aconteceu duas vezes em 2017, Temer só pode ser julgado após o fim de seu mandato.

Amigos no cárcere

A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira (29) o advogado José Yunes, amigo e ex-assessor do presidente Michel Temer (MDB). A prisão temporária foi realizada em São Paulo, autorizada por Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). 

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Além de José Yunes também foram presas outras quatro pessoas na mesma operação: o empresário Antônio Celso Grecco, dono da empresa Rodrimar, que opera no porto de Santos;  o ex-ministro da Agricultura e ex-deputado federal Wagner Rossi, que foi presidente de uma administradora estatal do porto santista; o ex-coronel da Polícia Militar de São Paulo, João Batista Lima, também amigo pessoal de Temer. Uma empresária foi presa na zona sul do Rio de Janeiro. 

Todos os presos estão ligados às investigações do Decreto dos Portos, que averigua se Temer atuou para beneficiar empresas privadas em troca de propinas.

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