Cabral é denunciado 22ª vez na Operação Lava Jato por corrupção passiva envolvendo a Fecomércio
Antônio Cruz/Arquivo/ Agência Brasil
Cabral é denunciado 22ª vez na Operação Lava Jato por corrupção passiva envolvendo a Fecomércio

Pela 22ª vez, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral for denunciado no âmbito da Operação Lava Jato. A denúncia por parte do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro se deu por cinco crimes de corrupção passiva e dois por lavagem de dinheiro. A informação foi divulgada na terça-feira (27) pela assessoria do órgão público.

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Além de Cabral , outras 11 pessoas foram denunciadas por corrupção e lavagem de dinheiro, incluindo o ex-presidente da Federação do Comércio no Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) Orlando Diniz, que também foi denunciado por organização criminosa. Diniz foi preso na Operação Jabuti, em fevereiro.

De acordo com o MPF, como presidente da Fecomércio, Diniz foi responsável pelo desvio de pelo menos R$ 10 milhões dos cofres públicos. O órgão afirma que o sistema Fecomércio no Rio conta com orçamento anual de cerca de R$ 1 bilhão.

“O presidente da Fecomércio valeu-se por diversas vezes do esquema de lavagem de dinheiro que tinha à frente os operadores financeiros de Cabral, ocultando e dissimulando a origem ilícita de mais de R$ 3 milhões. Há indícios de que Diniz desviava recursos públicos federais do orçamento do Sesc e do Senac. Além disso, a pedido de Cabral, Diniz contratou diversos funcionários fantasmas, num esquema que movimentou quase R$ 6 milhões”, sustentou o MPF, em nota divulgada à imprensa.

A defesa de Sérgio Cabral foi procurada para se pronunciar sobre a denúncia, mas ainda não havia se manifestado até a publicação desta matéria. Os defensores de Orlando Diniz não foram localizados.

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Outros denunciados

Quem também foi denunciado por lavagem de dinheiro foram Ary Filho, Carlos Miranda, Jaime Luiz Martins, João do Carmo Monteiro Martins e Manuel João Pereira. Já Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho, Ary Ferreira da Costa Filho, Sérgio Castro de Oliveira, Sônia Ferreira Baptista, Carla Carvalho Hermansson, Ione Brasil Macedo e Gladys Silva Falci de Castro Oliveira foram denunciados por corrupção.

De acordo com o texto apresentado pelo MPF, Diniz contratou várias pessoas, desde 2003, que funcionavam como funcionários “fantasmas”, atendendo a pedidos de Cabral. Apesar de receber salários, essas pessoas nunca trabalharam para o Sesc ou Senac.

Na lista desses beneficiários, o MPF menciona parentes próximos dos operadores financeiros da organização criminosa de Cabral, como Carla Carvalho Hermansson (irmã de Wilson Carlos); Maria Iris de Carvalho Miranda (mãe de Carlos Miranda); Ione Brasil Macedo (esposa de Ary Ferreira da Costa Filho) e Gladys Silva Falci de Castro Oliveira (mulher de Sérgio de Castro de Oliveira, o Serjão). Além deles, a chefe de cozinha do Palácio Guanabara, Ana Rita Menegaz, e a secretária particular do ex-governador, Sônia Ferreira Baptista também recebiam salários pagos pela Fecomércio.

De acordo com o MPF, “os elementos colhidos já apontam para a conclusão de que Sérgio Cabral, no exercício do seu mandato como governador ou a pretexto de exercê-lo, solicitou e aceitou vantagens indevidas para si e para outrem, para exercer o seu cargo com especial atenção para os interesses privados do presidente da Fecomércio”.

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