Michel Temer (MDB) prometeu liberar algo em torno de R$ 800 milhões para as ações da intervenção federal no Rio de Janeiro. O interventor no estado, o general Braga Netto , contudo, estima que o estado precisa de ao menos R$ 3,1 bilhões para sanar as dívidas do setor e manter em dia o salário de policiais e servidores.
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Um mês após ser decretada a intervenção federal no estado, Braga Netto deu conta de que somente em dívidas antigas, a segurança do Rio acumula um passivo de R$1,6 bilhão. Já para honrar as ações previstas para este ano, serão necessários outro R$1,5 bilhão.
Os números vieram ao conhecimento público depois de uma reunião entre o general Braga Netto, o governador Luiz Fernando Pezão (MDB) , secretários e parlamentares no Centro Integrado de Comando e Controle, no Rio.
Lá, debateu-se, entre outros temas, o rombo nas contas do estado, uma das causas da situação crítica da segurança no Rio: policiais civis e militares, em 2016 e 2017, entraram em greve por passarem mais de três meses sem receber salários.
Deputados que fazem oposição ao governo Temer apontaram na deterioração fiscal do estado um indício de que a intervenção federal se deu sem planejamento.
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“Para nós restam dúvidas”, disse o deputado federal Hugo Leal (PSB). “Existe um planejamento que foi apresentado, mas é um planejamento preliminar”.
Já seu correligionário, o também deputado federal Alessandro Molon foi mais duro: “tudo leva a crer que foi uma ação improvisada, sem planejamento e meios para tirar a segurança pública da grave situação na qual se encontra. Apesar de todo o empenho que os militares estão demonstrando, faltam meios para que o trabalho seja realizado com sucesso”, avaliou o socialista.
Já a promessa de Temer de liberar R$ 800 milhões para a segurança do Rio de Janeiro, embora insuficiente, precisa ainda ser aprovada pelo Congresso. Raul Jungmann, ministro da Segurança Pública, afirmou que o governo se articulará nos bastidores para garantir que “haja uma tramitação célere dessas matérias” na Câmara.
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