O PSOL anunciou neste sábado (17) que irá entrar com representação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra a desembargadora Marilia Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). A magistrada se tornou pivô de polêmica ao publicar em suas redes sociais um texto acusando a vereadora Marielle Franco, assassinada na noite da última quarta-feira (14)
, de ser "engajada com bandidos".
Na publicação, que acabou excluída do Facebook após a repercussão e de uma enxurrada de críticas, a desembargadora atribui a morte de Marielle Franco ao "comportamento" da vereadora – supostamente eleita com o apoio da facção criminosa Comando Vermelho, segundo escreveu Castro Neves. A magistrada do TJ-RJ disse ainda que a esquerda tenta "agregar valor a um cadáver tão comum quanto qualquer outro".
"A tal Marielle não era apenas uma ‘lutadora’, ela estava engajada com bandidos! Foi eleita pelo Comando Vermelho e descumpriu ‘compromissos’ assumidos com seus apoiadores. Ela, mais do que qualquer outra pessoa ‘longe da favela’ sabe como são cobradas as dívidas pelos grupos entre os quais ela transacionava”, dizia o texto publicado pela desembargadora.
Em nota, o PSOL diz que o texto da magistrada é "absolutamente irresponsável" e garante que será protocolada representação no CNJ no início da semana. "A desembargadora entrou na 'narrativa' que vem sido feita nas redes sociais para desconstruir a imagem de Marielle, do PSOL e da luta pelos direitos humanos", lamenta a legenda.
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Marcinho VP
O partido também desmentiu outra história que circulou em redes de trocas de mensagem acusando Marielle de ter sido casada com o traficante Marcinho VP (Márcio Amaro de Oliveira) – que comandou a venda de drogas no morro Santa Marta, na zona sul do Rio, e acabou morto em 2003.
O texto afirmava que Marielle chegou a ter um filho com o criminoso aos 16 anos de idade e até mesmo exibia uma suposta foto do casal – que era falsa e não retratava nenhum dos dois.
Uma das versões da história foi compartilhada pelo deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) em sua conta no Twitter. O PSOL afirmou que "estuda possíveis ações" contra o parlamentar, que é coronel da reserva da Polícia Militar do DF e integra a chamada 'bancada da bala'.
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