Imagens de uma câmera de segurança mostram o momento em que a vereadora Marielle Franco (Psol) coloca alguns objetos na parte da frente e entra na parte de trás do carro, momentos antes de ser morta. As imagens são da Rua dos Inválidos, na altura do n° 122, no Centro do Rio, onde a parlamentar havia participado de um evento .
No vídeo, divulgado pela Globonews, é possível ver ainda o momento em que um Cobalt, que teria sido usado para seguir o carro da vereadora, dá partida e saí logo após do veículo onde estava Marielle Franco .
Segundo as investigações, um segundo veículo teria dado cobertura aos criminosos. Esse outro carro esteve na porta da Casa das Pretas, por duas horas, no Centro do Rio, onde Marielle participava de um evento sobre racismo. As informações são da Globo News. Além das hipóteses terem sido levantadas, a placa desse outro carro já foi identificada pelos policiais e as investigações continuam.
Munição do crime
A munição que foi utilizada pelos criminosos no assassinato na vereadora veio de lotes vendidos para a Polícia Federal de Brasília no ano de 2006. Isso é o que concluiu a perícia da Divisão de Homicídios, uma das responsáveis pela investigação do crim e que culminou na morte de Marielle e do seu motorista, Anderson Gomes. Segundo o jornal RJTV, da TV Globo, com isso em mãos, as polícias Civil e Federal vão iniciar um trabalho conjunto de rastreamento.
O lote de munição UZZ-18, usado na pistola calibre 9mm, a arma do crime, é original. Ou seja, tal munição não foi recarregada. De acordo com a polícia, esse lote é um dos que foram vendidos à PF de Brasília pela empresa CBC no dia 29 de dezembro de 2006, com notas fiscais número 220-821 e 220-822.
Morte da vereadora
Marielle deixava um evento na Lapa, quando dois homens em um carro, do modelo Cobalt e da cor prata, emparelharam o veículo onde estava a vereadora e dispararam. O crime aconteceu na Rua Joaquim Palhares, próximo ao metrô, no bairro do Estácio.
A polícia entende que não se trata de um assalto, pois os criminosos fugiram sem roubar nada. A perícia constatou ainda que, ao invés de nove tiros, como inicialmente foi informado, os bandidos dispararam 13 balas em direção ao carro. Nove atingiram a lataria do automóvel e quatro os vidros.
No momento do crime, a vereadora estava no banco de trás do carro, no lado do carona. Como o veículo tem filme escuro nos vidros, a polícia trabalha com a hipótese de os criminosos terem acompanhado o grupo por algum tempo, tendo conhecimento da posição exata das pessoas que ocupavam o carro.
Leia também: Colega de bancada de Marielle, vereadora recebeu ameaça de morte
Além de Marielle, estavam no veículo uma assessora da vereadora, que não foi atingida pelas balas, e o motorista Anderson Gomes. Ele foi atingido por pelo menos três tiros na lateral das costas e também morreu.
Marielle Franco fazia parte da Comissão da Câmara que fiscalizava a intervenção federal no Rio de Janeiro. Referência para o movimento negro e feminista, ela deixou uma filha de 19 anos. O corpo da vereadora foi velado e sepultado na tarde dessa quinta-feira (15).