O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun
, afirmou nesta segunda-feira (12) que o inquérito que investiga o presidente Michel Temer
por supostamente ter aceitado propina para favorecer a empresa Rodrimar com a edição do Decreto dos Portos é uma "perda de dinheiro público".
"O Decreto dos Portos não beneficia a Rodrimar. Esse inquérito é perda de dinheiro público, essa é a realidade", criticou Carlos Marun durante a abertura do 1º Congresso Nacional de Municípios, realizado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
A investigação contra Temer no STF foi aberta em setembro do ano passado a pedido do então procurador-geral da República Rodrigo Janot. O pontapé inicial do caso foi a interceptação, pela Polícia Federal, de ligações telefônicas realizada pelo ex-assessor do presidente Rodrigo Rocha Loures – que estava grampeado por conta das investigações sobre o caso da mala com R$ 500 mil da JBS. Foi no âmbito desse inquérito que o relator, ministro Luís Roberto Barroso, autorizou a quebra do sigilo bancário do presidente Temer.
Marun voltou a dizer nesta segunda-feira que o presidente "não tem nada a esconder" e que abrirá seu sigilo bancário à imprensa, conforme reportado pelo jornal O Estado de S.Paulo .
Cármen Lúcia
O ministro afirmou ainda que "alguns setores" estão travando uma "guerra" com Temer por conta da investigação sobre o Decreto dos Portos. Questionado sobre se a presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, faz parte dessa "guerra", Marun negou, acrescentando que não viu "nada de excepcional" no encontro ocorrido entre Temer e Cármen Lúcia no último sábado (10).
"Não vejo nada de excepcional que presidentes de poderes dialoguem no âmbito do necessário respeito e harmonia que deve existir entre os poderes", disse Marun.
Todos por Temer
As declarações do chefe da Secretaria de Governo vão de encontro com pedido que Temer deve fazer no início desta noite em reunião com líderes e vice-líderes de partidos da base aliada no Congreeso. O presidente cobra empenho de seus apoiadores para defender sua imagem diante da repercussão dos inquéritos contra ele no STF.
Além do inquérito sobre o Decreto dos Portos criticado por Carlos Marun, Temer é ainda alvo de investigação que apura propina da Odebrecht para campanhas do MDB em 2014. Além do presidente, também são investigados nesse processo os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).