Em sua convenção nacional realizada no último fim de semana, o diretório do PSB definiu sua estratégia para as eleições de 2018. Sem apontar nomes, o partido deixou em aberto três possibilidades: ou terá candidato próprio à presidência; ou, no caso de não atrair um nome de peso, não apoiará ninguém; ou, ainda, poderá se aliar a algum candidato que seja contrário às privatizações e às reformas liberais de Temer (MDB). A informação é do site da revista piauí .
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Trocando em miúdos, isso significa que a pretensão do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), de contar com o apoio – e o palanque, os minutos de TV e a estrutura partidária – do PSB será frustrada. O tucano foi um dos apoiadores de Temer na aprovação da reforma trabalhista e já se posicionou em favor da reforma da previdência e da privatização da Eletrobrás e de setores da Petrobrás.
Por outro lado, a determinação do partido abre portas para outros candidatos. O PSB não esconde as esperanças que tem de atrair o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa para os seus quadros, lançando-o candidato à presidência da República – Barbosa, protagonista das condenações de políticos no “mensalão”, contudo, está reticente sobre a possibilidade.
Resta, portanto, a chance de o PSB apoiar algum candidato anti-Temer. O apoio a uma eventual candidatura de Lula é dado como certo; a chance de a candidatura do líder petista se efetivar na Justiça, contudo, parece cada vez menor.
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Outros dois presidenciáveis que poderiam se beneficiar do apoio do PSB são, enfim, Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT). A ex-senadora ambientalista, no entanto, não tem feito oposição clara às reformas de Temer. Assim, a maior possibilidade é de que, caso decida apoiar alguém de fora do partido, o PSB aposte mesmo em Ciro Gomes, ferrenho crítico do governo do MDB.
Consequências na sucessão paulista
A negativa à candidatura nacional de Alckmin trará consequências para o vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB). Ele negociava o apoio dos tucanos no estado em troca de apoio ao governador na corrida ao Planalto.
Assim, o PSDB fica livre para abraçar sem constrangimentos uma candidatura própria em São Paulo. Ao que tudo indica, o postulante ao Bandeirantes será João Doria, prefeito de São Paulo.
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