Em nota, divulgada na noite desta segunda-feira (5), a Presidência da República informou que o presidente Michel Temer irá solicitar ao Banco Central todos os seus extratos bancários e a divulgação destes após o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, ter determinado a quebra do sigilo bancário do presidente . Ainda de acordo com o comunicado, a imprensa terá acesso irrestrido ao conteúdo dos documentos.
"O presidente Michel Temer solicitará ao Banco Central os extratos de suas contas bancárias referentes ao período mencionado hoje no despacho do iminente ministro Luís Roberto Barroso. E dará à imprensa total acesso a esses documentos. O presidente não tem nenhuma preocupação com as informações constantes em suas contas bancárias", diz a nota, assinada pela Secretaria Especial de Comunicação Social.
Leia também: Relatório da PF pede quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico de Temer
A decisão de Barroso se deu em 27 de fevereiro, mas só foi revelada à imprensa na noite de segunda-feira (5). A quebra de sigilo se refere ao período de 1º de janeiro de 2013 a 30 de junho de 2017 e tem por objetivo auxiliar a investigação contra Temer no inquérito sobre a Medida Provisória (MP) dos Portos.
Michel Temer é suspeito de ter aceitado propina da Rodrimar , empresa que opera o porto de Santos (SP), em troca de favorecimento ao grupo por meio da edição do decreto que regulamenta contratos de concessão e arrendamento do setor portuário. Esta é a primeira vez que um presidente da República em exercício de mandato tem o sigilo bancário rompido pela justiça.
Leia também: STF autoriza quebra de sigilos em investigação de decreto assinado por Temer
Em janeiro, ao responder por escrito aos questionamentos dos delegados responsáveis pelo caso, a defesa do presidente Temer declarou que ele nunca foi procurado por empresários do setor portuário para tratar da edição do decreto, tampouco autorizou qualquer pessoa a fazer tratativas em seu nome.
Marun diz que Temer "não tem nada a esconder"
Quem também se manifestou foi o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun. Em entrevista à imprensa, o ministro disse que Temer está “indignado” com o fato. “O presidente vai divulgar seus extratos, não tem nada a esconder, mas encontra-se contrariado, e indignado até, por essa decisão que nós consideramos completamente indevida, principalmente pelo fato deste inquérito não possuir base fática alguma para justificar uma medida como essa”, afirmou Marun.
O ministro não precisou quando as informações sobre os extratos bancários de Temer serão divulgadas. “Não fomos notificados disso, mas entendemos que as notícias são verdadeiras”, disse.
*Com informações da Agência Brasil