Governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, cobrou recursos do presidente Michel Temer
Beto Barata/PR - 20.2.18
Governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, cobrou recursos do presidente Michel Temer

Nas próximas semanas, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB) , pode se tornar o primeiro governador em exercício de mandato a ser denunciado pela operação Lava jato. A informação é do jornal O Globo .

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Nos próximos dias, Carlos Miranda, apontado como operador financeiro do ex-governador Sergio Cabral (MDB) , e Benedicto Júnior, ex-presidente da Odebrecht Construtora, serão ouvidos pelo Ministério Público em um inquérito que trata de doações ilegais à Pezão – ele é suspeito de ter recebido R$20 milhões em caixa dois da empreiteira na campanha eleitoral de 2014.

Após os depoimentos, começa o prazo para que os procuradores apresentem denúncia. De acordo com O Globo , é dado como certo que o governador será denunciado.

Mas não é só: nas próximas semanas, é esperada uma manifestação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a regra do foro privilegiado. Caso os ministros da corte decidam por restringir o benefício, excluindo os governadores de seu escopo, o possível processo contra Pezão sairá do STF, sendo encaminhado à primeira instância.

Nesse caso, caberá ao juiz Marcelo Bretas analisar o caso. Foi ele o responsável, entre outras, pela condenação de Sergio Cabral.

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O período de Pezão à frente do Rio tem sido turbulento. Em pouco mais de três anos de mandato, o governador fluminense já viveu reveses dos mais diferentes tipos: seu padrinho político e antecessor no governo, Sergio Cabral, foi preso por corrupção; o estado ficou sem dinheiro para pagar salários de policiais e outros servidores públicos e enfrentou diversas greves e protestos; a Uerj ingressou em uma de suas mais agudas crises e, no fim de fevereiro, o decreto da intervenção federal no Rio de Janeiro abreviou de forma inesperada seu período no comando efetivo do estado.

Em entrevista coletiva, Pezão, que conclui o mandato à frente do governo do Rio no fim do ano, admitiu que não pretende concorrer a nenhum cargo público nas próximas eleições. A informação é do jornal  O Estado de S. Paulo .

“Estou saindo. Eu já saí. Não disputo mais nada. Vou terminar meu mandato de cabeça erguida”, disse.

O governador, contudo, não culpa os inúmeros casos de corrupção envolvendo seu padrinho político, Sérgio Cabral , pelos problemas que assolam o Rio.

Para o emedebista, é a crise econômica que explica o insucesso de seu governo. “Somos o segundo polo automotivo, e o setor parou, somos um grande polo siderúrgico, e a siderurgia parou, e a Petrobrás, que é o carro-chefe do Rio, parou. Não sou culpado”, disse.

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