O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Guilherme Boulos, anunciou neste sábado (3) sua pré-candidatura à Presidência pelo PSOL . O evento aconteceu em São Paulo, na Conferência Cidadã, realizada na Barra Funda, zona oeste da capital, e contou com a presença de diversos famosos, incluindo abertura sonora de Caetano Veloso e um vídeo do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) elogiando e apoiando a candidatura.
Segundo Boulos , que defende o direito de Lula de ser candidato à Presidência pelo PT e participa de diversos atos contra as investigações da Operação Lava Jato, a esquerda deve se unir, separar as diferenças políticas, e não ser conivente com injustiças. “A esquerda tem que recuperar o afeto, mesmo quando há diferença. E se ilude quem acredita que vai parar no Lula. Isso pega toda a esquerda e vai pegar todos nós”, afirmou.
Ele também afirmou que tem “um grande respeito” por Lula e deu sua opinião sobre a condenação do petista. “Vivemos um momento grave no Judiciário. Querem tirar o candidato mais popular da disputa. Uma condenação sem provas não pode ser naturalizada. Não podemos silenciar diante disso.”
Em vídeo divulgado durante o evento, o ex-presidente apareceu falando que jamais pediria a Boulos que não se candidatasse e que, se for convidado, irá nos comícios que o companheiro fizer durante a campanha eleitoral.
A filiação de Boulos ao PSOL ocorrerá na segunda-feira (5) e terá seu nome confirmado como candidato na Conferência Eleitoral, marcada para o próximo sábado (10), em São Paulo. Sua vice será a líder indígena Sônia Guajajara.
O convite para se filiar ao PSOL surgiu no ano passado, a partir de uma iniciativa de Marcelo Freixo (RJ). O partido acredita que a candidatura servirá como uma nova opção para a renovação da esquerda, diante de um cenário político sem a participação de Lula.
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“Bandido”
Questionado por jornalistas sobre sua opinião a respeito do também candidato Jair Bolsonaro (PSC), Boulos afirmou que ele “deveria estar na cadeia” e ainda o chamou de “bandido”. O representante do PSOL garantiu que vai “dedicar forças para enfrentar” o deputado federal.
“Qualquer candidatura, não só da esquerda, mas do campo da civilização desse país, tem que polarizar com o Bolsonaro. O Bolsonaro é um cara que não deveria ser tratado nem como candidato. Bolsonaro é um bandido, um criminoso. Se as leis fossem levadas a sério neste país, ele estaria preso”, declarou.
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