Em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (26) em Salvador, o ex-governador da Bahia e atual secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia, Jaques Wagner (PT), classificou como “infundadas” as acusações da Polícia Federal de que ele teria recebido propina de R$ 82 milhões durante sua gestão no comando das obras do estádio Arena Fonte Nova.
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“Eu não sei de onde tiraram aquele valor de R$ 82 milhões, e acho estranho que, antes da investigação chegar ao fim, alguém já se pronuncie nesses termos [...] Então, repilo a ideia de receber propina. Nunca recebi e nunca pedi propina”, afirmou Jaques Wagner .
O advogado Tiago Campos, que participou da coletiva junto de Pablo Domingues – que também atua na defesa do ex-governador-, informou que ainda não teve acesso ao inquérito completo. “A primeira coisa que fizemos foi pedir acesso à integralidade do inquérito. Nós não temos ciência da integralidade do processo, por mais que seja um processo de apuração inicial”.
Na manhã desta segunda-feira a Polícia Federal cumpriu mandados de busca no apartamento do petista. A ação faz parte da Operação Cartão Vermelho , deflagrada hoje cedo, que apura possíveis irregularidades em contratos envolvendo serviços de demolição, reconstrução e gestão da Arena Fonte Nova . Jaques Wagner é suspeito de integrar o esquema criminoso.
Tendo como base um laudo pericial, a PF informou que o caso pode ter resultado em um superfaturamento que, em valores corrigidos, supera R$ 450 milhões. Segundo a polícia, grande parte desses recursos teve como destino o pagamento de propina e financiamento de campanhas eleitorais.
Operação Cartão Vermelho
A Superintendência da Polícia Federal na Bahia confirmou nesta segunda-feira (26) que indiciou criminalmente o ex-governador Jaques Wagner, o secretário da Casa Civil do Estado da Bahia, Bruno Dauster, e o empresário Carlos Daltro por recebimento de propina no âmbito da Operação Cartão Vermelho.
A Polícia Federal chegou a pedir a prisão temporária dos três indiciados, mas os pedidos foram negados pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), responsável pelos mandados de busca e apreensão que foram cumpridos hoje em órgãos públicos, empresas e endereços residenciais dos envolvidos no suposto esquema criminoso, incluindo a casa do ex-governador da Bahia.
De acordo com a PF, diversas irregularidades estão evidenciadas no inquérito policial, entre elas fraude à licitação, superfaturamento, desvio de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro. O órgão explicou que os mandados cumpridos hoje “têm por objetivo possibilitar a localização e a apreensão de provas complementares dos desvios nas contratações públicas, do pagamento de propinas e da lavagem de dinheiro”.
De acordo com as investigações, a licitação que levou a formação da Parceria Público Privada nº 02/2010 para a construção do estádio “foi direcionada para beneficiar o consórcio Fonte Nova Participações – FNP, formado pelas empresas Odebrecht e OAS”. Segundo laudo pericial, a obra foi superfaturada em mais de R$ 450 milhões, em valores corrigidos.
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*Com informações da Agência Brasil