O presidente Michel Temer garantiu nesta sexta-feira (23) que não tentará a reeleição. A hipótese de uma eventual candidatura do emedebista foi aventada nesta semana pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
e pelo próprio ministro da Fazenda de Temer, Henrique Meirelles
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Em entrevista concedida à Rádio Bandeirantes , Michel Temer ponderou que "as circunstâncias é que ditam a conduta", mas assegurou que não participará das eleições de outubro. "Não sou candidato, e nem serei candidato", disse.
"Tenho uma missão a cumprir, não é fácil isso aqui. O Brasil é um país grande e com muitos problemas. Já sou feliz por ter exercido a Presidência da República", continuou o emedebista.
No início desta semana, o ex-presidente Lula sugeriu que o decreto de intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro seria um gesto de Temer para atrair eleitores que simpatizam com a causa militar.
O presidente rebateu a declaração. "A intervenção na segurança do Rio de Janeiro é uma jogada de mestre, mas nada eleitoral. Eu sou candidato a fazer um bom governo", disse Temer.
Antes do emedebista, o porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, já havia rebatido as insinuações de Lula, alegando que Temer não busca o "aplauso fácil" e que suas "ações corajosas" visam enfrentar os "dramas verdadeiros da nossa nação".
"Toda e qualquer decisão de governo é regida exclusivamente pelas reais necessidades de encontrar soluções para os problemas do povo brasileiro. A agenda eleitoral não é, nem nunca será, causa das ações do presidente", disse Parola em pronunciamento.
Perguntado sobre uma eventual participação de Lula nas eleições de outubro, Temer ponderou que a decisão sobre o tema cabe à Justiça, mas avaliou que "se ele tiver condição de disputar, acaba uma coisa meio mítica. "Ele vai pra eleição. Se for eleito, muito bem. Se não for...”, disse o emedebista.
Principal nome da equipe econômica do governo, o ministro Henrique Meirelles chegou a reconhecer em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo que poderia vir a disputar com Temer nas eleições deste ano. O chefe da pasta da Fazenda é cotejado pelo PSD para concorrer à Presidência da República.
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Novo ministério e intervenção total no Rio de Janeiro
Também na entrevista à Rádio Bandeirantes , Temer disse que foi cogitada a possibilidade de afastamento do governador Luiz Fernando Pezão (MDB) durante as discussões que definiram a adoção da intervenção das Forças Armadas no estado. Isso ocorreria em caso de uma intervenção total no Rio de Janeiro, mas o presidente disse que foi contra a ideia por ser uma "coisa muito radical".
Michel Temer afirmou ainda que a segurança pública é a "pauta prioritária" do governo e confirmou que vai anunciar a criação do Ministério Extraordinário de Segurança Pública na próxima segunda-feira (26). "Teremos a possibilidade de coordenar a segurança em cada estado, unificar os serviços de inteligência, criar a guarda nacional. Vamos desbaratar o crime organizado", declarou.
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