Guilherme Boulos, coordenador do MTST, já admite que há chances de ele sair candidato à presidência da República pelo PSOL. Em entrevista publicada no jornal Folha de S.Paulo nesta quarta-feira (7), ele disse que “se esse entendimento confluir para uma candidatura, eu vou assumir”.
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Boulos condicionou sua candidatura à aprovação interna do MTST. “Se entenderem que isso contribui para o movimento e para o projeto em que acreditamos, seguramente [serei candidato]”, afirmou.
Ele, que ainda não é oficialmente vinculado a nenhum partido, diz que as conversas com o PSOL estão evoluindo. “A posição que o PSOL tomou em defesa da democracia e contra a perseguição judicial a Lula ajudou no debate”, conta.
Embora apoie o direito de Lula de ter seu nome nas urnas em 2018, contudo, o MTST não tem participado dos atos de campanha do ex-presidente. O coordenador do movimento ressaltou que participa dos atos contra o que considera de perseguição contra o petista, mas afirma que “ diversidade da esquerda, e opiniões e propostas, não pode ser anulada”.
Se confirmada sua candidatura, o coordenador do MTST será mais uma das opções da esquerda nas eleições de outubro. Devem se candidatar também Ciro Gomes (PDT), Manuela D´Ávila (PCdoB), Marina Silva (Rede) e, se permitido pela justiça, Lula (PT).
Indefinição
Se à esquerda há indefinição sobre quem sairá candidato ao Planalto, uma vez que a justiça pode dificultar os planos do PT e de Lula em voltar ao poder, a direita passa por dilema semelhante, ainda que por motivos distintos.
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As tentativas de emplacar o prefeito de São Paulo João Dória (PSDB) como candidato presidencial, até o momento, foram mal sucedidas. O nome de Luciano Huck, ainda cogitado, enfrenta resistência do próprio apresentador, que não tem experiência na política, e de sua família. Henrique Meirelles (PSD), ministro da Fazenda, padece de desconhecimento por parte do eleitorado, e Geraldo Alckmin (PSDB), talvez o nome mais óbvio entre os citados, até agora não decolou nas pesquisas.
Tanta indefinição fez, inclusive, com que o nome de Rodrigo Maia e do próprio presidente Michel Temer (MDB) sejam ventilado como candidatos. No caso de Temer, contudo, sua saúde debilitada, os casos de corrupção em que é citado e sua enorme impopularidade pesam contra ele.
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