O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse acreditar que será absolvido de sua condenação no caso tríplex e garantiu que não pensa em deixar o País para tentar evitar uma eventual prisão. O temor de que isso viesse a ocorrer levou um juiz federal de Brasília a determinar a apreensão do passaporte do ex-presidente no fim do mês passado, mas o documento foi recuperado após nova decisão judicial
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"A palavra 'fugir' não existe na minha vida. Eu sou cidadão brasileiro e tenho orgulho de ser. Eu sobrevivi à fome em Caetés e vou encarar a vida", garantiu Lula em entrevista concedida nesta terça-feira (6) à Rádio Jornal , de Pernambuco.
O ex-presidente se disse "indigado" com a decisão dos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) em condená-lo a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção e lavagem, mas manteve o otimismo quanto ao seu futuro jurídico.
"Vou brigar na Justiça para que isso seja reparado, porque sou inocente. Vou continuar acreditando nas instâncias superiores para o bem desse País. Se eu tiver cometido um crime, não posso escapar nem da Ficha Limpa nem da Lei. Mas eles precisam mostrar que crime eu cometi. Eu acabo de ser condenado por ter um apartamento que não é meu", reclamou o ex-presidente.
"Eu acho que eu vou ser candidato, porque eu acho que a verdade vai prevalecer no final. Vou continuar acreditando no Poder Judiciário. Tem muita gente honesta e trabalhadora. Mas se alguém quer fazer política largue a profissão e dispute a eleição", completou.
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Auxílio-moradia e "bando de messiânicos"
O ex-presidente também alfinetou o juiz Sérgio Moro, de Curitiba, pelo fato de o magistrado receber auxílio-moradia mesmo possuindo imóvel próprio , conforme revelado pela imprensa na semana passada. "O povo brasileiro que não recebe reajuste agora já pode requerer auxílio moradia, como o Moro fez", ironizou o petista.
O auxílio-moradia é concedido também ao procurador Deltan Dallagnol , que é coordenador da força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) na Lava Jato e também foi alvo de ataques de Lula durante a entrevista. "Essa parte do MP da Lava Jato são um bando de messiânicos. Eles acharam que na primeira pesquisa o Lula estaria acabado. E o que perceberam? Que o Lula não está acabado e o povo está vivo. Eu não quero ser mais do que ninguém, mas também não quero ser menos. Não posso dizer que alguém é ladrão se não der uma prova. Não tentem ganhar de mim no tapetão, disputem comigo", desafiou o ex-presidente.