Deltan Dallagnol, o coordenador da força-tarefa da operação Lava Jato no Ministério Público Federal (MPF), é outro que engrossa a lista dos membros do Judiciário que recebem privilégios do governo.
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Mesmo com um imóvel próprio em Curitiba, onde vive e trabalha, o procurador recebe R$4.377 mensais a título de auxílio-moradia, e pouco mais de R$2 mil para custear sua alimentação e a educação dos filhos. O salário médio de um procurador na posição de Dallagnol , fora os benefícios citados, é de R$33 mil. As informações são do jornal Folha de S.Paulo .
Em nota, o MPF defendeu a manutenção dos privilégios, argumentando que eles estão “amparados em uma liminar e em regulamentações internas que não trazem entre as vedações o fato de a pessoa possuir imóvel”.
Juízes e benefícios
Na semana passada, reportagens de diversos veículos apontaram distorções nos casos de pagamento de auxílio-moradia a juízes e membros do Ministério Público.
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O juiz Marcelo Bretas , responsável pelos julgamentos da Lava Jato no Rio de Janeiro, vive com sua esposa, Simone Diniz, também juíza, em um apartamento no Rio. Os dois recebem o auxílio-moradia do governo, prática vedada na liminar citada pelo MPF. Em sua rede social na internet, Bretas afirmou acreditar que merece o benefício.
Outro caso levantado pela Folha é o do juiz Sérgio Moro . Ele também possui um imóvel em Curitiba, onde trabalha, e ainda assim recebe o auxílio. Em sua defesa, o juiz famoso pela condenação de Lula (PT) afirmou que solicitou o auxílio para compensar a falta de reajuste salarial dos magistrados – excetuando benefícios, um juiz na posição de Moro recebe cerca de R$33 mil mensais.
Rompendo o silêncio dos magistrados sobre o benefício, o desembargador Manoel Pereira Calças, empossado nesta segunda-feira (5) presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, defendeu o auxílio.
Em entrevista ao Uol , afirmou ser favorável aos privilégios como os de Moro, Bretas e Dallagnol, pois eles estão “previstos na lei”. Questionado pelo repórter se achava justa a lei, o juiz se irritou, declarando que “acha pouco” o valor pago.
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