O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou nesta segunda-feira (5) que, apesar de todas as polêmicas que envolvem o nome da filha de Roberto Jefferson, o governo vai insistir na nomeação da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) para o Ministério do Trabalho.
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"Nós não vamos solicitar que o PTB faça qualquer outra indicação", disse Carlos Marun em coletiva. "Não houve qualquer afirmação do PTB no sentido de que o partido possa alterar essa indicação e o governo não vai solicitar do PTB nada nesse sentido", reafirmou. A declaração de Marun foi feita após evento no Palácio do Planalto, em Brasília.
Cristiane Brasil foi indicada para o cargo de ministra do Trabalho pelo presidente Michel Temer há cerca de um mês. Porém, a sua posse foi suspensa por decisão judicial. Atualmente, o caso aguarda uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
O que tem impedido a deputada federal de assumir a pasta é seu histórico de processos trabalhistas e antigas dívidas que ela carrega devido a tais ações.
A insistência do governo federal na nomeação de Cristiane Brasil é justificada pelo fato de o presidente Michel Temer querer evitar desgaste com o pai da deputada e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson . O Planalto precisa de apoio para aprovar a reforma da Previdência na Câmara e conta com a bancada do partido para tanto.
Imagem cada vez mais prejudicada
Neste fim de semana, a imagem de Cristiane – que já não era das melhores – ficou ainda mais manchada. Isso porque, neste domingo (4), o programa Fantástico da TV Globo reproduziu uma gravação em que ela foi flagrada ameaçando servidores públicos para conseguir votos na sua campanha à Câmara dos Deputados, em 2014.
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Na época, a filha de Roberto Jefferson (presidente do PTB) – que era vereadora licenciada e ocupava a Secretaria Especial do Envelhecimento Saudável e da Qualidade de Vida na gestão Eduardo Paes (MDB) na capital fluminense – tentava se eleger deputada.
A declaração foi feita durante uma reunião com cerca de 50 servidores públicos e prestadores de serviço da pasta. No áudio, é possível perceber que Cristiane cobra o empenho pessoal da equipe para conseguir votos, afirmando que o emprego deles depende disso.
"Se eu perder a eleição de deputada federal – eu preciso de 70 mil votos –, no dia seguinte, eu perco a Secretaria. No outro dia, vocês perdem o emprego", afirma Cristiane. "Se cada um no âmbito familiar me trouxer 30 fidelizados.. Pô, tu é minha mãe, se tu não votar nela, eu perco o emprego. Olha que poder de convencimento essa frase tem. Para o marido: meu querido, vai querer comprar minhas calcinhas? Então me ajude", continua.
Ainda no fim de semana, no sábado, o jornal O Estado de S. Paulo disse que a deputada é investigada em um inquérito sobre sua suposta associação para o tráfico de drogas.
Para Marun , não existe nada provado contra a deputada do PTB e, por isso, o governo vai insistir na indicação. “A deputada não tem nenhuma condenação, não existe nada que efetivamente denigra o nome da deputada nesse sentido”, disse.
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Em seguida, ele foi questionado sobre a condenação de Cristiane Brasil na Justiça trabalhista. “Nós entendemos que o fato de alguém ter perdido uma ação trabalhista não significa que essa pessoa seja imoral ou amoral”, afirmou Carlos Marun.