Pré-candidato ao governo de SP, Luiz Marinho é o atual presidente do PT no estado e foi ministro durante o governo Lula
Reprodução/Facebook/Luiz Marinho
Pré-candidato ao governo de SP, Luiz Marinho é o atual presidente do PT no estado e foi ministro durante o governo Lula

Talvez você não tenha pegado a 'mensagem subliminar' em meio à ampliação da sentença de condenação de Lula na última quarta-feira (24) , mas o presidente do PT de São Paulo, Luiz Marinho, garante que notou o que chamou de "brincadeira jocosa". 

Afinal, para Luiz Marinho , os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que confirmaram a sentença do juiz federal Sérgio Moro, de condenação do ex-presidente no caso do tríplex do Guarujá, fizeram uma provocação na ampliação da pena de Lula.

"Doze mais 1 dá 13, que é o número do PT nas urnas", revelou o presidente do partido e pré-candidato a governador em São Paulo. Para ele, quando os desembargadores aumentaram a pena de 9 anos e meio para 12 anos e um mês, houve a intenção de provocar o partido e os eleitores petistas. A declaração foi dada durante entrevista à rádio Eldorado , nesta sexta-feira (26).

Marinho afirmou ainda que a sentença proferida pelo colegiado do TRF-4 "foi combinada e representa uma violência às normas do Direito". Afinal, os desembargadores, segundo ele, "rasgaram a Constituição" durante o julgamento. 

Leia também: "Eles sabem que condenaram um inocente": Lula ao ser lançado como pré-candidato

Bacharel em Direito, o pré-candidato a ocupar o cargo de Geraldo Alckmin falou que a sentença contra Lula deve ser revertida nas instâncias superiores da Justiça, como no Supremo Tribunal Federal – instâncias que serão consultadas, a partir dos recursos do ex-presidente na Justiça. 

"Não é possível que todos da Justiça tenham a insanidade dos magistrados do TRF-4", exclamou o líder petista. "Estão chutando a canela dos sonhos do povo brasileiro. Estão negando ao povo a liberdade ao voto soberano. Condenar alguém inocente é inaceitável", continuou. 

Julgamento

Por unanimidade, a 8ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF-4) decidiu nesta quarta-feira manter a condenação do ex-presidente no caso tríplex da Operação Lava Jato. O relator do recurso do petista, desembargador João Pedro Gebran Neto, votou pela manutenção da sentença do juiz Sérgio Moro e também sugeriu o aumento da pena para 12 anos e um mês de prisão. O voto foi integralmente acompanhado pelo revisor do processo, desembargador Leandro Paulsen e também pelo desembargador Victor Laus.

Lula havia sido condenado na primeira instância a cumprir 9 anos e 6 meses de prisão por crimes de corrupção e lavagem configurados na alegada reserva para si do tríplex 164-A do Condomínio Solaris, no Guarujá (SP). O entendimento de Moro, agora ratificado pelo TRF-4, foi o de que a compra e reforma do imóvel foram oferecidas pela construtora OAS ao ex-presidente e representaram vantagem indevida no valor de R$ 2,4 milhões.

Durante a reunião em que foi lançado como pré-candidato, porém, Lula afirma que o que está sendo julgado é a forma como ele e o partido governam o País. "Está sendo julgada a ousadia de fazer as coisas que nunca haviam sido feitas, a organização que pela primeira vez colocou pobre no debate."

O ex-presidente disse  ainda que, após ser condenado em qualquer instância, a "perseguição" não vai terminar nele, mas se estender ao partido, também chamado de "organização criminosa por muitos". 

Luiz Marinho foi lançado pré-candidato ao governo do estado de São Paulo no início de dezembro do ano passado. Hoje, o cargo é ocupado pelo tucano Geraldo Alckmin.

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