O ex-prefeito Fernando Haddad (PT) foi indiciado pela Polícia Federal, ao lado de outras seis pessoas, por suposto crime de caixa dois em sua campanha para a Prefeitura de São Paulo em 2012.
O indiciamento decorre das investigações da operação Cifra Oculta , um desdobramento da Lava Jato, que apontou doação irregular de R$ 2,6 milhões da UTC Engenharia para bancar os serviços de uma gráfica durante a campanha vitoriosa de Fernando Haddad na eleição daquele ano.
Além do ex-prefeito, também foram indiciados o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto; o ex-vereador Chico Macena; o ex-deputado estadual Francisco Carlos de Souza (PT), e outras três pessoas ligadas às gráficas sob suspeita.
A PF abriu esse inquérito após o ex-presidente da construtora Ricardo Pessoa declarar em seu acordo de delação premiada que "efetuou pagamento à margem, em contabilidade paralela da campanha de Haddad". O delagado responsável pelo caso, Rodrigo de Campos Costa, disse que algumas das gráficas sob suspeita são ligadas ao ex-deputado Francisco de Souza e que os valores pagos às empresas eram "muito superiores" aos declarados à Justiça Eleitoral.
Após o indiciamento pela Polícia Federal, um juiz eleitoral recebe o inquérito e coloca o processo à disposição das partes. Em seguida, o promotor Luiz Henrique Dal Toz decidirá se prossegue com a denúncia, formulando uma acusação formal, ou se faz um parecer para pedir o arquivamento do caso – ou ainda se solicita novos elementos através de novas investigações.
Defesa
Haddad afirmou, por meio de sua equipe, que "não há o mínimo indício de qualquer participação" sua nos atos descritos pelo delator da UTC Engenharia, classificado como um "colaborador sem credibilidade". O ex-prefeito também afirmou "ter confiança" de que o inquérito contra ele não irá prosperar junto ao Poder Judiciário. Confira abaixo a íntegra da nota do petista:
"Não há o mínimo indício de qualquer participação de Fernando Haddad nos atos descritos por um colaborador sem credibilidade, cujas declarações já foram colocadas sob suspeita em outros casos. O uso descuidado do indiciamento sem elementos concretos de prova banaliza o instituto que deveria ser reservado para situações em que ao menos haja indício de envolvimento de alguém em atos ilícitos. O delegado desconsiderou o depoimento do dono da gráfica, o empresário Francisco Carlos de Souza que negou ter recebido recursos da UTC para quitar divida de campanha do ex-prefeito Fernando Haddad. O delegado também desconsiderou as provas apresentadas que atestam a suspensão da única obra da UTC na cidade, o túnel da avenida Roberto Marinho, em fevereiro de 2013, data anterior portanto ao suposto pagamento. Da mesma forma que outras ações do delegado João Luiz de Moraes Rosa foram bloqueadas pela Justiça, temos a confiança que esta terá o mesmo destino", escreveu a assessoria do ex-prefeito.
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*Com informações da Ansa