Lula caminhou com manifestantes na chegada à sede da Justiça Federal em Curitiba, onde prestou depoimento em maio
Ricardo Stuckert - 10.5.17
Lula caminhou com manifestantes na chegada à sede da Justiça Federal em Curitiba, onde prestou depoimento em maio

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protocolou nesta quarta-feira (3) um pedido para que o petista seja novamente ouvido no inquérito envolvendo o tríplex no Guarujá, no litoral paulista. Os advogados querem que o ex-presidente seja ouvido pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) antes do julgamento, marcado para o próximo dia 24 .

A petição da defesa reitera um pedido feito no dia 11 de setembro do ano passado. No pedido, os advogados alegam que o interrogatório de Lula no dia 10 de maio de 2017 foi “totalmente viciado, pois o juiz dirigiu a ele perguntas estranhas ao processo e não permitiu ao ex-presidente exercer o direito de autodefesa com plenitude”.

Para a defesa, o petista não teve o “direito de ser ouvido perante um órgão jurisdicional imparcial, isento e que possua, por decorrência, posição de equidistância em relação às partes”.

Ex-presidente vai a julgamento

Nesta quarta-feira, o ex-presidente informou a dirigentes do seu partido que pretende ir a Porto Alegre , no Rio Grande do Sul, por volta dos dias 22 e 23 de janeiro. Com a viagem, o objetivo do petista seria acompanhar de perto o seu julgamento em segunda instância pelo TRF4, que acontece no dia 24.

O julgamento será crucial para o futuro político do petista, que foi condenado, em primeira instância, a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do  tríplex  do Guarujá.

A defesa do ex-presidente recorreu da decisão e, dependendo da sentença escolhida pelo TRF-4, o petista pode ser impedido de disputar a eleição presidencial. 

Se candidato, o ex-presidente tem grandes chances de ser reeleito. Pelo menos, isso é o que revela as últimas pesquisas eleitorais dos principais indicadores nacionais – Datafolha e Ibope. Porém, se sua candidatura for recusada, o partido ainda não tem uma segunda opção de igual força para concorrer à Presidência.

Leia também: Justiça proíbe acampamento em parque próximo ao local de julgamento 

Caso condenado, o petista poderia entrar com um novo recurso liminar, até que a ação fosse avaliada pelo Superior Tribunal de Justiça ( STJ ) ou Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, o ex-presidente Lula também poderá ser preso. Com base em jurisprudência firmada pelo Supremo Tribunal Federal, condenados em 2ª instância podem ter sua pena executada.

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