Apesar de ter recebido e aceitado o convite do presidente da República, Michel Temer
, na semana passada, o deputado Pedro Fernandes (PTB-MA) – que tinha a cerimônia de posse marcada para a próxima quinta-feira (4) – não irá mais assumir o Ministério do Trabalho.
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De acordo com uma declaração dada pelo próprio deputado à TV Globo , nesta terça-feira (2), Fernandes não poderá assumir a pasta porque o anúncio de sua posse no Ministério do Trabalho foi "vetado" pelo ex-presidente José Sarney (PMDB).
"Infelizmente, não deu, devido ao embaraço que eu crio na relação do presidente Temer com o ex-presidente José Sarney ", relatou Pedro Fernandes.
Além de ex-presidente, Sarney é um dos políticos mais influentes do PMDB e do Maranhão, base eleitoral de Pedro Fernandes. O veto, portanto, teria se dado porque Sarney não estava satisfeito com Temer dando notoriedade ao deputado que exerce um papel de adversário local do ex-presidente.
Indicado pelo partido
Pedro Fernandes
havia sido indicado pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) para assumir a pasta, depois que, na última quarta-feira (27) Ronaldo Nogueira pediu demissão do cargo a Temer.
O parlamentar tem 68 anos e é formado em Engenharia Civil pela Escola de Engenharia do Maranhão. Ex-vereador de São Luís, ele cumpre, atualmente, o quinto mandato como deputado federal.
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Fernandes era contra a alçada de Temer ao posto de presidente da República. Isso porque, em abril do ano passado, votou contra a abertura do processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT).
No entanto, ele já recuperou o crédito com o presidente ao votar contra a rejeição das duas denúncias oferecidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Michel Temer. O deputado do PTB também apoiou a proposta de reforma trabalhista quando ela foi votada no plenário da Câmara.
Novas indicações do partido
Após o "veto de Sarney", Michel Temer já pediu, nesta terça, ao presidente do PTB , ex-deputado Roberto Jefferson, que indique um novo nome de seu partido para ocupar o cargo no Ministério do Trabalho. Tais indicações, porém, ainda foram feitas formalmente.
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