A defesa do deputado Paulo Maluf (PP-SP) contestou nesta quarta-feira (27) o laudo elaborado pela equipe do Instituto Médico Legal (IML) do Distrito Federal sobre as condições de saúde do parlamentar, de 86 anos de idade. A perícia reconhece que Maluf tem problemas de saúde, mas assegura que a penitenciária da Papuda, onde ele está preso desde a última sexta-feira (22), é capaz de atendê-lo
. O documento foi encaminhado ontem (26) ao juiz Bruno Macacari, da Vara de Execuções Penais, responsável pela análse de pedido de prisão domiciliar.
Segundo o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, apesar de o IML reconhecer que Paulo Maluf está acometido de câncer na próstata e de severo problema na coluna, o laudo “ignorou que o parlamentar igualmente sofre de doença cardiovascular, apesar de descrito no histórico médico e presente nos exames complementares do paciente, sendo responsável por pelo menos cinco dos medicamentos de que faz uso”.
Em nota, Kakay afirma que é justamente esse problema cardíaco que coloca “mais agudamente em risco a vida” do deputado. O defensor afirma que essa questão de saúde requer estrutura específica de atendimento de urgência, o que, em seu entendimento, deve ocorrer em sua casa.
“Em razão dessa omissão e para contribuir com o Poder Judiciário, a defesa apresenta hoje uma série de quesitos específicos elaborados pelo dr. Sami El Jundi, médico e perito criminal do Instituto-Geral de Perícias do Rio Grande do Sul. O dr. Sami goza da absoluta confiança da defesa que, em outras oportunidades, já se socorreu dos seus conhecimentos profissionais”, diz o advogado.
Médico particular foi barrado por juiz
Antes de apresentar o laudo por conta própria, a defesa de Maluf havia solicitado que o doutor Sami El Jundi fosse autorizado a examinar o deputado e checar as instalações médicas da Papuda, mas o pedido foi negado pelo juiz Macacari .
"Este Juízo já havia autorizado a indicação de assistente técnico para acompanhar a perícia, que seria realizada no mesmo dia, circunstância que já era de conhecimento dos nobres advogados. Contudo, mesmo sabedora da urgência do caso e da realização da perícia naquela data, achou por bem a defesa indicar assistentes técnicos da cidade de Taquara, Estado do Rio Grande do Sul, o que, como era de se esperar, impossibilitou sua chegada em tempo de acompanhar o trabalho dos peritos oficiais", escreveu o juiz em sua decisão.
Preso aos 86 anos de idade
Maluf foi condenado em maio pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a cumprir 7 anos, 9 meses e 10 dias de prisão por crime de lavagem de dinheiro envolvendo propina recebida no período em que foi prefeito de São Paulo, na década de 1990. O deputado teve ordem de prisão proferida na terça-feira passada (19) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin.
A defesa do parlamentar tentou reverter a prisão ainda no âmbito do STF, mas teve recurso rejeitado pela plantonista da Corte, a presidente Cármen Lúcia. Por conta de sua prisão, Paulo Maluf teve o gabinete desativado pela presidência da Câmara e o pagamento de seu salário (na monta de R$33 mil) foi suspenso .
*Com informações da Agência Brasil