O deputado federal Paulo Maluf (PP) desembarcou em Brasília por volta das 16h10 desta sexta-feira (22) após ser transferido da sede da Polícia Federal em São Paulo, onde ficou detido por dois dias após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin. Ele passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) da Polícia CIvil antes de ser alocado na ala de idosos do Complexo Penitenciário da Papuda
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Condenado a mais de 7 anos de prisão por crime de lavagem de dinheiro durante sua gestão na Prefeitura de São Paulo na década de 1990, Paulo Maluf também deve passar por perícia médica pedida pelo juizado da Vara de Execuções Penais do DF.
A medida tem como objetivo aferir a condição de saúde do deputado. Os advogados de Maluf pediram que ele seja autorizado a cumprir prisão domiciliar, sob o argumento de que o deputado tem idade avançada (86 anos) e luta contra um câncer maligno na próstata.
A transferência de Maluf para Brasília acontece após decisão da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Cármen Lúcia , que negou, nesta quinta-feira (21), o pedido da defesa para suspender a prisão do parlamentar.
A prisão de Maluf e o que vem a seguir
Em maio deste ano, Maluf foi condenado pela Primeira Turma do STF a cumprir 7 anos, 9 meses e 10 dias de prisão por crime de lavagem de dinheiro durante sua gestão como prefeito de São Paulo, entre 1993 e 1996.
A sentença foi imposta em processo no qual Maluf foi acusado de receber propina em contratos com as empreiteiras Mendes Júnior e OAS para a construção da Avenida Água Espraiada, hoje chamada Avenida Roberto Marinho.
Os recursos foram movimentados em contas ligadas a Maluf e à sua família no exterior e o crime de lavagem de dinheiro se configurou nas transações financeiras realizadas posteriormente visando trazer os recursos de propina de volta ao Brasil.
Fachin, em sua decisão, determinou que Paulo Maluf inicie imediatamente o cumprimento de sua pena e perca o mandato como deputado federal. Essa segunda decisão precisa do aval da Câmara dos Deputados , que decidirá sobre o tema após a Mesa Diretora da Casa receber a notificação do STF.