O presidente Michel Temer elogiou nesta quinta-feira (21) o mandatário argentino, Maurício Macri, por ter conseguido aprovar uma proposta de reforma da Previdência em seu país.
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Principal meta do governo Michel Temer no Brasil, o pacote de alterações nas regras para acesso à aposentadoria teve sua versão argentina aprovada nesta semana pelo Congresso do país após uma série de manifestações– muitas delas com episódios violentos – em protesto contra a proposta do presidente Macri.
"Aqui no Brasil nós estamos fazendo muitas reformas. E até aproveito que, como uma das próximas reformas a serem levadas adiante é a reforma da Previdência , quero cumprimentar a Argentina, por meio do presidente Maurício Macri, que conseguiu uma expressiva vitória em torno da reforma da Previdência em seu país", disse Temer durante abertura de reunião da cúpula do Mercosul, em Brasília.
Apesar de não enfrentar no Brasil protestos populares ferozes como aconteceu na Argentina, Temer também tem enfrentado dificuldades para conseguir aprovar sua proposta de reforma.
O Planalto considera o projeto fundamental para o equilíbrio das contas públicas e planejava aprovar o texto ainda neste mês na Câmara dos Deputados , mas a falta de apoio fez com que o presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidisse pautar o projeto somente para o dia 19 de fevereiro, após o carnaval de 2018.
Para ser aprovada na Câmara e seguir para análise no Senado, a reforma da Previdência precisa dos votos de ao menos 308 deputados, em votação em dois turnos.
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Suspensão da Venezuela
Em seu discurso, Temer também voltou a comentar a suspensão da Venezuela do Mercosul , que foi definida em agosto pelo bloco econômico após aliados do presidente Nicolás Maduro lançarem mão de uma manobra para esvaziar o poder do poder Legislativo no país.
Temer disse que a suspensão venezuelana "era uma medida que se impunha" e afirmou ainda que o Mercosul receberá o país "de braços abertos" caso a democracia seja restabelecida no país.
"Quando suspendemos por comum acordo a Venezuela do Mercosul, era uma medida que se impunha. Estamos e continuaremos a estar ao lado da liberdade de expressão, da separação dos poderes e dos direitos humanos. Queremos que a nação venezuelana, de volta à democracia, possa também voltar ao Mercosul, onde será recebida de braços abertos", disse Michel Temer.
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