Temer diz que "jamais desistirá" da reforma e que buscará votos durante recesso

Presidente faz aceno para empresários e investidores que demonstraram pessimismo após votação da reforma da Previdência ser adiada para 2018

Presidente Michel Temer voltou a defender reforma da Previdência 'para salvar o Brasil'
Foto: Marcos Corrêa/PR - 20.12.17
Presidente Michel Temer voltou a defender reforma da Previdência 'para salvar o Brasil'

Visando manter empresários e investidores confiantes em seu governo, o  presidente Michel Temer (PMDB) garantiu nesta quarta-feira (20) que "jamais vai desistir" da reforma da Previdência e que trabalhará durante o recesso parlamentar para convencer deputados a apoiarem a proposta. 

Considerada fundamental pelo Planalto para o equilíbrio das contas públicas, a reforma da Previdência seria inicialmente votada na Câmara dos Deputados ainda neste mês, mas a falta de apoio fez com que a  votação fosse adiada para fevereiro de 2018 – o que gerou queda na bolsa de valores e desconfiança do mercado financeiro.

Durante cerimônia para a assinatura de contratos para liberar recursos do programa Saneamento para Todos, Temer voltou a defender que a reforma irá "salvar" a Previdência Social no País.

"Encontrei muitas obras enterradas no meu governo e desenterrei todas. A reforma da Previdência não foi preciso desenterrar, pois ela estava sempre à mostra, na superfície. Eu quero aproveitar a presença dos deputados federais para dizer que nós jamais vamos desistir da Previdência. E não vamos desistir em nome do Brasil", afirmou o presidente.

"Salvar a Previdência é salvar o País, salvar o Brasil. Nesse mês de janeiro, vamos continuar esclarecendo as questões da Previdência para que nós possamos levá-la adiante", garantiu.

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A reforma que parou 

O texto da reforma está pronto para ir à votação desde maio, quando o relatório elaborado pelo deputado Arthur Maia (PPS-BA) foi aprovado na comissão especial da Câmara. Mas o projeto teve sua tramitação interrompida por conta do surgimento das acusações de executivos do grupo J&F contra o presidente Temer.

Após a Câmara negar o prosseguimento das duas denúncias oferecidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o peemedebista, o Planalto voltou à carga para tentar a aprovação do texto, mas esbarrou na falta de apoio de sua base desgastada justamente por essas votações contra as investigações pedidas por Rodrigo Janot.

A reforma da Previdência precisa do apoio de ao menos 308 deputados para ser aprovada no plenário e seguir para o Senado. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), agendou a votação para o dia 19 de fevereiro, após o carnaval de 2018.

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