O ex-ministro e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves , foi denunciado pelo Ministério Público Federal, nesta quinta-feira (7), por mais um crime de lavagem de dinheiro, decorrente das investigações que começaram com a operação Lava Jato. Ele já foi denunciado por outros crimes investigados na operação.
A nova denúncia se refere, especificamente, às transações financeiras que Eduardo Alves realizou para encobrir a propina paga pela Construtora Carioca, uma das responsáveis pela obra Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. Ele teria realizado movimentações de uma conta de uma offshore, da qual ele era quem fazia retiradas, para outras contas sediadas em paraísos fiscais. O total creditado nas contas seria de quase R$3 milhões, visando dificultar o rastreamento do dinheiro.
De acordo com a denúncia, informações obtidas na Suíça e a delação premiada de dois sócios da Carioca, Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior, confirmam as movimentações financeiras. Também contribuiu para a investigação o colaborador Lúcio Funaro, que prestou depoimento aos membros da força-tarefa.
O caso será julgado pela Justiça Federal do Distrito Federal e caso condenado, Alves pode ficar preso de três a dez anos. A defesa do político não comentou a nova denúncia até a publicação desta matéria.
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Ex-ministro e ex-presidente da Câmara
Henrique Eduardo Alves (PMDB) nasceu no Rio de Janeiro, mas tem seu cabo eleitoral no Rio Grande do Norte, terra natal de seu pai, o ex-deputado federal cassado pelo AI-5, Aluízio Alves.
Eduardo Alves se elegeu pela primeira vez deputado federal potiguar em 1971 e nunca mais deixou a Câmara, chegando a participar da Assembleia Constituinte, em 1988.
Em 2013, foi eleito presidente da Casa, e, em 2015, foi nomeado ministro do Turismo, pela então presidente Dilma Rousseff. Ele deixou o cargo em meio às acusações de corrupção.
Investigado na operação Lava Jato, Alves já havia sido denunciado por lavagem de dinheiro , também por causa de contas na Suíla; por fazer parte do esquema de corrupção na Caixa Econômica Federa l, com dinheiro do FGTS; e, em junho, foi preso e denunciado por favorecer empresas na licitação de construções como as da Arena das Dunas, em Natal.