Arthur Virgilio, durante seu mandato no Senado, em 2010;  dois apartamentos de Manaus  foram pivô nas eleições de 2016
Agência Senado
Arthur Virgilio, durante seu mandato no Senado, em 2010; dois apartamentos de Manaus foram pivô nas eleições de 2016

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, foi denunciado  nesta quinta-feira (7), pelo Ministério Público Federal (MPF) denunciou à Justiça Eleitoral, por supostamente ter ocultado parte de seu patrimônio da Justiça Eleitoral, no registro de sua candidatura nas eleições de 2016.

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Quando formalizou o registro, em 11 de agosto de 2016, Arthur Virgílio declarou possuir um patrimônio pessoal de R$ 160.784,29, constituído por um imóvel no valor de R$ 36 mil e aplicações bancárias. Mas de acordo com a MPF, ele teria dois apartamentos de luxo na Ponta Negra, bairro da capital amazonense, que somam o valor de R$ 1,6 milhão, além de aplicações bancárias  

As informações sobre os apartamentos foram primeiro reveladas pelo jornal A Crítica, em agosto de 2016,  e depois confirmadas pela MPF. Questionado publicamente sobre o caso, o então candidato à reeleição  como prefeito de Manaus, sempre afirmou categoricamente que os bens, inclusive os apartamentos na Ponta Negra, haviam sido repassados para a sua ex-esposa, por conta da recente separação.

Mas um dia após o dia das eleições nas quais Vírgilio saiu vitorioso , a Secretaria Municipal de Comunicação de Manaus divulgou que os dados relativos aos imóveis da Ponta Negra foram omitidos pelo prefeito por engano.

Para a MPF, essa contradição é um indício que demonstra que as informações sobre os imóveis ficaram escondidas de propósito.

Na denúncia, o órgão sustenta que fica evidente a finalidade eleitoral na omissão, já que, ao apresentar um patrimônio 75% inferior ao declarado por ele em 2012, Virgilio criou para si a imagem de “uma pessoa que não veio à política para buscar enriquecimento” e que “via tilintar aquele dinheiro corrupto sempre denunciando, sempre pelo lado da denúncia da corrupção”.

O caso será avaliado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas e, caso, condenado, o tucano pode receber até cinco anos de prisão, além ser obrigado a pagar multa.

Pré-candidato

Arthur Virgílio já foi deputado federal e senador do Amazonas, e está em seu terceiro mandato (o segundo consecutivo) como prefeito de Manaus.

Em meio à possível  saída da base do governo e mudança de presidente nacional do Partido da Social Democracia Brasileiro ( PSDB ), Virgílio é um dos políticos que já demonstraram desejo de concorrer à presidência da República nas eleições de 2018.

O jornal Folha de S Paulo revelou uma carta do tucano ao então presidente interino da sigla Tasso Jereissati, em que esclarece suas intenções.

“Em atenção ao disposto nas normas internas de nosso Partido, externo-lhe minha determinação de disputar, obviamente que sem a leviandade de trocar de sigla, o próximo pleito presidencial. Oficializo, portanto, neste ato, a candidatura no contexto das prévias, estabelecidas no artigo 151 e seguintes dos estatutos partidários”, afirmou o Arthur Virgílio.

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