O ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) foi denunciado nesta segunda-feira (4) pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por lavagem de dinheiro e organização criminosa. A denúncia enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) se refere ao caso dos R$ 51 milhões apreendidos em apartamento usado por Geddel em Salvador.
Na denúncia, a procuradoria aponta quatro possíveis fontes dos R$ 51 milhões atribuidos a Geddel Vieira Lima : propinas da construtora Odebrecht; repasses do operador financeiro Lúcio Funaro; desvios de políticos do PMDB ou transferência de parte de salário de assessores.
Além do ex-ministro, foram denunciados o irmão de Geddel, deputado federal Lúcio Vieira Lima, a mãe deles, Marluce Vieira Lima, o ex-assessor Job Ribeiro que trabalhava com Lúcio Vieira Lima, o ex-diretor da Defesa Civil de Salvador Gustavo Ferraz e o sócio da empresa Cosbat Luiz Fernando Costa Filho. Agora o ministro Edson Fachin, relator do caso no Supremo Tribunal Federal, deve decidir se aceita a denúncia.
Investigação
Na última terça-feira (28), a Polícia Federal enviou ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator dos processos da Lava Jato, as conclusões da investigação sobre os R$ 51 milhões.
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Segundo os investigadores, há "suficientes indícios" do cometimento dos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa por parte do ex-ministro; de seu irmão, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), e de mais três pessoas – entre elas Marluce Quadros Vieira Lima, mãe dos políticos.
"[Os investigados] estiveram unidos em unidade de desígnios para a prática de crimes de lavagem de dinheiro de recursos financeiros em espécie oriundos de atividades ilícitas praticadas contra a Caixa Econômica Federal (corrupção de Geddel)", aponta o delegado da Polícia Federal Marlon Oliveira Cajado dos Santos no documento de 36 páginas.
A apreensão dos R$ 51 milhões ocorreu em setembro deste ano durante diligência da Operação Cui Bono, que apura se Geddel participou do esquema de corrupção instalado na administração da Caixa Econômica Federal .
Geddel Vieira Lima foi vice-presidente do banco estatal entre 2011 e 2013 e já viu seu nome implicado durante as investigações contra outros suspeitos, como Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves e Fábio Ferreira Cleto – embora nunca tenha sido denunciado por esse esquema.