Ao lado do advogado Ticiano Figueiredo, Joesley Batista permaneceu em silêncio em audiência na CPI da JBS no Congresso
Cleia Viana/Câmara dos Deputados - 28.11.17
Ao lado do advogado Ticiano Figueiredo, Joesley Batista permaneceu em silêncio em audiência na CPI da JBS no Congresso

O empresário Joesley Batista permaneceu em silêncio durante sua audiência na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS, realizada nesta terça-feira (28) no Congresso Nacional. A estratégia repete o feito de seu irmão,  Wesley Batista, e dos empresários Ricardo Saud e Francisco de Assis e Silva, que também não responderam aos quetionamentos quando foram convocados pela CPMI.

"Assim como alertou em petição, ressaltando a situação jurídica que permeia até hoje, oJoesley se compromete a continuar colaborando com a Justiça e esclarecendo todos os fatos necessários. Mas hoje a orientação, assim como foi feita ao Wesley [irmão do empresário], é de que, em respeito à ampla defesa e ao contraditório, que ele invoque a garantia constitucional ao silêncio. Então, para todas as perguntas, a orientação vai ser essa", anunciou o advogado de Joesley Batista , Ticiano Figueiredo.

A postura do empresário em não se manifestar foi desafiada pelo deputado Carlos Marun (PMDB-MS), relator da CPMI, que provocou o empresário durante a reunião nesta manhã, chegando a ironizar o fato de Joesley ter "corrido" ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ter a garantia de que poderia permanecer em silêncio.

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Tentativa de cancelamento

A defesa tentou cancelar o depoimento de hoje, mas os advogados foram vencidos. Em sua argumentação, ressaltaram que “a manifestante contraproducente condução dos colaboradores de quem se pretende a oitiva tem custado muito caro aos cofres públicos - que não são nada senão o bolso dos cidadãos brasileiros - seja em termos de mobilização de recursos humanos - equipes da Polícia Federal, por exemplo - seja em termos de elevados custos para o transporte dos colaboradores que estão custodiados - o uso de avião da Polícia Federal na transferência (ida e volta) dos custodiados, custos com estadia dos agentes, preparação da estrutura desta Casa Legislativa etc".

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O empresário é acusado de mentir e omitir informações no acordo de delação premiada fechado com o Ministério Público Federal (MPF). Desse modo, os benefícios do acordo que ele tinha fechado com o órgão foram suspensos pelo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin.

Joesley Batista tem afirmando que estará à disposição do Congresso para prestar depoimentos somente depois que houver uma definição sobre a situação jurídica dele, pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelo STF

Wesley e Joesley Batista estão presos por suspeita de usar informações privilegiadas para obter lucro com compra de dólares e venda de ações da própria JBS antes da divulgação do acordo de colaboração que fizeram com o Ministério Público.

*Com informações da Agência Brasil

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