O empresário Wesley Batista, um dos proprietários da holding J&F, prestou depoimento na manhã desta quarta-feira (8) à Comissão Mista de Inquérito (CPMI) da JBS . Ele chegou ao Senado por volta das 8h30 da manhã, acompanhado de policiais e advogados, permanecendo em uma sala reservada antes de ser chamado para depor.
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Durante sua fala de introdução, o empresário disse que não se arrepende de ter se decidido colaborar com a Justiça brasileira, já que acredita que o processo de delação premiada com o Ministério Público Federal é "imprevisível e inseguro". Segundo reafirma Wesley Batista
, ele nunca descumpriu o acordo de delação celebrado com o MPF.
Ainda de acordo com ele, os depoimentos de delação premiada não agradaram o País, por isso delatores seriam ‘os únicos punidos’, uma vez que delatados continuam livres.
“O que vejo neste momento são colaboradores sendo punidos e perseguidos pelas verdades que disseram. As delações dos últimos anos fizeram o País olhar no espelho”, ressaltou, avaliando que os brasileiros não gostaram do que viram e, por isso, os delatores estão sendo punidos, presos, enquanto os delatados continuam soltos.
"Wesley Malandrão e Joesley Safadão"
Depois da introdução da CPMI, o empresário invocou a prerrogativa constitucional de permanecer calado, a exemplo do que fez o ex-diretor da J&F
, Ricardo Saud, seguindo sem responder às perguntas dos parlamentares.
Um dos parlamentares chegou a dizer, após o silêncio de Wesley diante de suas perguntas, e para encerrar sua participação que "não é à toa que os irmãos Batista são chamados de Wesley Malandrão e Joesley Safadão".
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Os advogados do executivo chegaram a pedir à comissão que o depoimento realizado hoje fosse adiado, argumentando que ele deveria ter sido notificado com maior antecedência, mesmo que esteja preso. porém o presidente do colegiado, o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) negou o requerimento.
A CPMI da JBS ocorre em conjunto com a CPI do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Essa última investiga irregularidades nos empréstimos concedidos pelo BNDES no âmbito do programa de globalização das companhias nacionais, em especial a linha de financiamento específica à internacionalização de empresas, a partir do ano de 1997.
Preso pela PF
Wesley Batista está sob custódia da Polícia Federal desde 13 de setembro , acusado de ter usado informações privilegiadas sobre a delação feita por ele, seu irmão Joesley e outros executivos do grupo a fim de ganhar dinheiro no mercado financeiro.
*Com informações da Agência Brasil e Agência Senado