Os dois candidatos à presidência nacional do PSDB, o senador Tasso Jereissati (CE) e o governador de Goiás, Marconi Perillo, desistiram de concorrer ao cargo para abrir caminho ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin . A decisão acontece após uma reunião na segunda-feira (27).
Com a desistência de Tasso e Perillo, Geraldo Alckmin afirmou que pretende “fortalecer” o PSDB
, que se encontra em crise entre aqueles que desejam continuar na base aliada de Michel Temer e outros que defendem a saída do governo. Após um jantar na noite de ontem, o governador paulista disse que “aceita presidir o partido”. “Eu topo”, disse.
Tasso representa os tucanos que defendem o rompimento com o impopular presidente Temer. Junto dele está a ala jovem do partido. Enquanto isso, Perillo pertence ao grupo que defende a permanência na base aliada do peemedebista, assim como o presidente da legenda, senador Aécio Neves.
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Aécio se afastou da presidência do partido após as delações premiadas
dos executivos da JBS, que entregaram gravações em que o senador pede R$ 2 milhões a Joesley Batista, um dos donos do frigorífico.
Espera por convenção
Apesar de estarem em lados opostos, os dois concordaram em ‘dar um passo para trás’ em relação à presidência do partido com o objetivo de unifica-lo em torno da figura de Alckmin, provável candidato tucano à Presidência em 2018. “Seria incoerente de minha parte, seria ilógico se, depois de pregar a unidade o tempo inteiro, não tivesse disposição de colaborar na busca do consenso”, afirmou Perillo ao jornal Folha de S. Paulo.
A convenção nacional do partido tucano deve acontecer no dia 9 de dezembro, quando outros filiados também poderão se candidatar ao comando da sigla. Após o jantar de ontem, porém, o governador de São Paulo não quis comentar qual será sua posição – caso eleito presidente da sigla – em relação ao PMDB. “Vamos aguardar a convenção. Estamos concluindo esse período [de desembarque do governo de Temer]. A minha posição nunca mudou, sempre achei que não devia ter entrado”, afirmou Alckmin à Folha .
Por fim, ele ainda defendeu a implementação de um conselho político na legenda. “É importante uma instância para ouvir e dialogar”, argumentou.
"Unificação tucana"
A candidatura de Alckmin é vista entre os dirigentes tucanos como a melhor alternativa para unificar o partido, que conviveu na maior parte do ano com um racha interno acerca do apoio ao governo de Michel Temer (PMDB).
Na semana passada, o governador paulista defendeu a reunificação peessedebista antes do pleito de 2018. "Precisamos unir o PSDB para servir ao Brasil", declarou Alckmin durante evento no Recife, em Pernambuco, para lançar sua pré-candidatura à Presidência da República.
A ideia de alçar Alckmin à presidência do partido também foi defendida por FHC logo após o presidente tucano licenciado, senador Aécio Neves (MG), decidir destituir Tasso da liderança interina do partido , no início deste mês. Na ocasião, Aécio indicou o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman para conduzir o partido até a realização da convenção nacional tucana no mês que vem.
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"Acredito que o restabelecimento da coesão, com tolerância à variabilidade das opiniões internas, mas também com firmeza de propósitos, requer que o presidente designado do PSDB, Alberto Goldman, crie condições para que líderes experientes e respeitados, como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, assumam posição central no partido", defendeu FHC no dia seguinte ao acirramento da crise entre Aécio e Tasso.
*Com informações da Agência Ansa e jornal Folha de S. Paulo