Labrador Nego estrelou primeiro programa da campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência, em 2010
Reprodução/Partido dos Trabalhadores
Labrador Nego estrelou primeiro programa da campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência, em 2010

ex-presidente Dilma Rousseff (PT) divulgou nota na manhã desta sexta-feira (10) condenando a abertura de um inquérito policial para apurar as circunstâncias da morte do labrador Nego, que pertencia à petista e foi sacrificado em setembro do ano passado. A investigação foi pedida ainda em 2016 pelo deputado Ricardo Izar (PP-SP) ao então procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Da PGR, a denúncia foi encaminhada à Justiça Federal e chegou à Polícia Civil do DF, que nesta semana convocou o deputado do PP para depor sobre o caso.

O labrador Nego foi um presente dado pelo ex-ministro José Dirceu, ainda em 2005, quando Dilma assumiu a chefia da Casa Civil no governo Lula. O cachorro foi uma das estrelas da primeira propaganda veiculada na TV pela campanha presidencial de Dilma Rouseff em 2010, quando a pupila de Lula ainda era desconhecida por grande parte do eleitorado.

"Nego foi criado e amado pela presidenta e familiares durante os quase 12 anos em que conviveu com ela. Era um cão grande e forte, que gostava de nadar e correr. Era um dos prediletos de Dilma", informou o texto divulgado pela equipe da ex-presidente.

Segundo a petista, o animal passou a apresentar displasia coxo-femural e mielopatia degenerativa a partir de 2015. "Ele tinha dificuldade de andar e, por conta da mielopatia, ficava agitado e buscava se movimentar de qualquer jeito. Por isso, sofria muito e deveria ser sacrificado, conforme orientação médica", lembra a equipe de Dilma.

O cachorro e antigo companheiro da petista no Palácio da Alvorada foi sacrificado aos 14 anos de vida em setembro do ano passado, pouco antes de  Dilma deixar em definitivo a residência oficial da Presidência para retornar a Porto Alegre (RS) em razão do processo de impeachment.

Pouco após o episódio, surgiram notícias de que a presidente impichada teria abandonado o animal ao deixar Brasília. O fato foi desmentido pela petista ainda em outubro de 2016, quando a assessoria de Dilma garantiu que ela "prolongou ao máximo que pode o conforto e as necessidades de Nego".

A essa altura, no entanto, as acusações já haviam chegado ao deputado Ricardo Izar via "e-mail e mensagens em seus perfis sociais", conforme o parlamentar afirmou na terça-feira (7) em seu depoimento à Polícia Civil do DF. O deputado disse ainda que integrava a Frente Parlamentar em Defesa dos Animais e pediu um posicionamento do Planalto, que nunca respondeu ao requerimento. Foi diante desse silêncio que o deputado decidiu pedir a Janot a abertura de investigação, conforme reportou o jornal Gazeta do Povo .

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"Vale tudo para achincalhar a imagem e a honra de Dilma"

Na nota divulgada nesta sexta-feira, Dilma classifica a abertura do inquérito pela Polícia Civil do Distrito Federal como um fato "lamentável" e que faz parte de uma "campanha hedionda, baseada em falsidades, violência, intolerância e preconceito".

A ex-presidente também criticou diretamente Rodrigo Janot por ter dado prosseguimento ao pedido de investigação. "A perseguição chegou a ponto do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot determinar a abertura de um inquérito policial. Como se investigações mais graves não devessem ser apuradas, como a compra de votos para a aprovação do impeachment."

Dilma também atacou Ricardo Izar ao alegar que o deputado "busca os holofotes abjetos da mídia" e "se vangloria" de depor "numa história da qual não tem conhecimento nem sequer envolvimento direto".

"É lamentável que isso ocorra no país que virou sinônimo de Estado de Exceção. Aos olhos do mundo, vale tudo para achincalhar a imagem e a honra de Dilma Rousseff", diz a equipe da ex-presidente.

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