A Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, encaminhou nesta terça-feira (7) ao Supremo Tribunal Federal (STF) denúncia contra a deputada federal Shéridan de Anchieta (PSDB-RR). A parlamentar é acusada de comprar votos para seu ex-marido, o ex-governador de Roraima, José Anchieta Júnior, quando ele tentou a reeleição em 2010.
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Conforme a denúncia, Shéridan , como primeira-dama do estado e secretária de Promoção Humana e Desenvolvimento, teria oferecido vantagens a moradores de um bairro de Boa Vista, para que eles votassem em José Anchieta. Os próprios eleitores apontaram que a parlamentar teria oferecido inscrição em programa social do governo, pagamento de multas de trânsito, entre outros benefícios.
Shéridan é conhecida pela forte oposição que faz ao presidente Michel Temer , mesmo sendo do PSDB, partido que por enquanto não abandonou a base do governo. Como ela mesma anuncia em seu perfil do Instagram, foi a deputada federal de Roraima mais bem votada de 2014, com mais de 35 mil votos.
O STF pode aceitar ou não dar continuidade ao processo contra ela.
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Deputado Izalci
A Procuradora-Geral também reiterou na semana passada a denúncia que fez contra o deputado federal Izalci Lucas , em setembro deste ano, por peculato. Ele é acusado, enquanto era Secretário de Ciência e Tecnologia do Distrito Federal, de desviar bens doados pela Receita Federal e pelo Tribunal de Contas da União para a pasta.
Segundo a denúncia, Izalci teria solicitado à Receita Federal a doação de bens apreendidos, como material escolar, equipamentos eletrônicos, brinquedos e vestuários, dizendo que seriam utilizados em ações institucionais do programa DF Digital, comandado pela Secretaria.
No entanto, parte das doações foi encaminhada para guarda na Fundação Gonçalves Lêdo (FGL) e dos R$ 245,2 mil em objetos doados, apenas o equivalente a R$ 28,4 mil foi efetivamente incorporado ao patrimônio da SECT.
Além disso, a denúncia aponta que 20 computadores doados pelo Tribunal de Contas para a Secretaria foram instalados em sala comercial onde funcionava o comitê de campanha eleitoral do parlamentar. “A conduta do denunciado, em verdade, infligiu prejuízo de grande monta ao patrimônio do ente federativo”, conclui a PGR.
O STF não se pronunciou ainda sobre a denúncia contra o deputado.
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A reportagem do iG não obteve respostas dos deputados Shéridan ou Izalci até o fechamento desta matéria.