Um dos presos por lavagem de dinheiro é funcionário do ministério e outros são ligados ao ex-ministro Henrique Alves
Agência Brasil
Um dos presos por lavagem de dinheiro é funcionário do ministério e outros são ligados ao ex-ministro Henrique Alves

A Polícia Federal prendeu três pessoas na manhã desta quinta-feira (26), em operação contra um esquema de lavagem de dinheiro no Rio Grande do Norte. Uma das pessoas que foram detidas é um funcionário do Ministério do Turismo e as outras duas são ligadas a Henrique Eduardo Alves, ex-titular da pasta, que está detido desde junho. 

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A operação é um desdobramento da Manus – deflagrada em junho, que investiga corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro na construção da Arena das Dunas, em Natal. Essa operação resultou na prisão do ex-ministro de Turismo dos governos Dilma Rousseff e Michel Temer, em caráter preventivo, que é quando não há um prazo determinado para manter o alvo detido.

Henrique Alves é acusado de receber ao menos R$ 7,5 milhões em esquema para favorecer empreiteiras nas obras para construção da Arena das Dunas para a Copa do Mundo de 2014. 

Nesta quinta-feira, foram presos Aluísio Henrique Dutra de Almeida, assessor do ex-ministro, 
José Geraldo Moura da Fonseca Júnior, que trabalhava na administração dos negócios de Henrique Alves e Norton Domingues Masera, chefe da assessoria parlamentar do Ministério do Turismo.

Cerca de 110 policiais federais cumpriram 27 mandados judiciais, sendo 22 mandados de busca e apreensão, 3 de prisão temporária e 2 de condução coercitiva em Natal, Parnamirim, Nísia Floresta, São José de Mipibu e Angicos, todas cidades potiguares.

TV Cabugi

Um desses mandados de busca e apreensão foi cumprido na sede da Inter TV Cabugi – emissora afiliada da Rede Globo – mas a emissora não é alvo da operação.  Essas buscas foram feitas na sala de Herman Ledebour, que é procurador e representante jurídico de Henrique, que é sócio minoritário da emissora. 

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Em nota, a Inter TV Cabugi reforçou que "a empresa sempre atuou de forma isenta em relação às investigações, noticiando o passo a passo dos processos contra Henrique e outros investigados pela Polícia Federal e Ministério Público". Além disso, "embora não seja alvo do processo [a emissora] está à disposição para qualquer esclarecimento".

Operações Manus e Panatenaico

O nome da operação faz referência ao provérbio latino Manus Manum Fricat, Et Manus Manus Lavat, que significa “uma mão esfrega a outra" ou "uma mão lava a outra”. 

Mesmo sendo deflagrada em junho, essa não foi a primeira fase da Operação Lava Jato que investiga propina ou superfaturamento em obras da Copa.

Isso porque, em maio, a Operação Panatenaico foi deflagrada para apurar um esquema de pagamento de propina envolvendo a construção do estádio Mané Garrincha, em Brasília. Entre os presos, além dos ex-governadores do DF Agnelo Queiroz e José Roberto Arruda, estava também o assessor pessoal do presidente Michel Temer, Tadeu Fillippelli – que posteriormente foi exonerado.

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Na Manus, foi concluído que o esquema que envolvia doações via caixa dois em troca da atuação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e Henrique Alves em favor de empreiteiras na obra da Arena das Dunas teria resultado um sobrepreço de R$ 77 milhões pagos com dinheiro público e transferidos por lavagem de dinheiro.

* Com informações da Agência Brasil.

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