Enquanto no plenário da Câmara já está aberta a sessão para votar a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer –que também tem como alvos os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral)–, grupos de deputados que fazem oposição ao governo protestam no salão verde da Casa e prometem não registrar presença no plenário .
A estratégia, alinhavada por líderes da oposição no início desta semana, visa impedir que haja quórum para o início da votação no plenário – onde a vitória dos aliados de Temer é dada como certa. Para que seja aberto o painel de votações, é necessária a presença de ao menos 342 parlamentares no plenário. Até as 10h15 desta manhã, apenas 60 deputados haviam registrado presença.
“O plenário da oposição será o salão verde. A oposição só vai ao plenário quando o governo conseguir registrar presença de 342 deputados para iniciar a votação”, disse o líder da minoria, deputado José Guimarães (PT-CE).
Encabeçado por parlamentares do PT, do PSOL e do PCdoB, o protesto no salão verde da Câmara reúne cartazes com críticas ao presidente e gritos de "Fora Temer" e "Investiga Já". Os opositores também montaram um púlpito no local de onde se revezam em discursos contra o relatório do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) que pede o arquivamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Não repetir os erros do passado
Ao chegar à Câmara nesta quarta-feira (25), o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o melhor caminho é votar a denúncia contra Temer hoje, mesmo com as tentativas de adiar a votação.
“Eu não comando a agenda de cada deputado, mas é importante que a Câmara possa deliberar porque quanto mais tempo isso se prolongar, mais demora a recuperação da economia”, defendeu Maia.
A base aliada do governo acredita ser capaz de garantir nesta quarta-feira ainda mais votos do que na votação que barrou a primeira denúncia . Naquela ocasião 263 parlamentares rejeitaram o pedido de investigação contra o presidente, que era acusado de cometer crime de corrupção passiva.
O maior problema para os governistas é justamente conseguir o quórum para abrir a votação. Na sessão que barrou a primeira denúncia da PGR, os aliados de Temer contaram com ajuda dos próprios parlamentares da oposição, que chegaram ao dia da votação sem um consenso sobre se deveriam ou não entrar no plenário. Com isso, alguns parlamentares acabaram confirmando presença e permitiram que o presidente Rodrigo Maia anunciasse o início da votação que acabou enterrando aquele processo.
*Com informações da Agência Brasil e da Agência Câmara Notícias