O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral foi condenado pela terceira vez na Operação Lava Jato, nesta sexta-feira (20). A pena de 13 anos de prisão foi dada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, no processo da Operação Mascate .
Na sentença, o juiz culpabilidade de Sérgio Cabral "é elevada por tratar-se o condenado de principal idealizador e articulador dos esquemas ilícitos perscrutados nestes autos. Como agente político, desviou-se de suas nobres atribuições conferidas por voto popular para se dedicar a práticas delituosas reiteradas por anos, beneficiando-se do dinheiro público desviado e branqueado por sua organização criminosa, revelando dolo intenso no seu agir".
Essa é a terceira condenação do ex-governador na Operação Lava Jato. A primeira, de 14 anos e dois meses de prisão, foi dada pelo juiz Sergio Moro em Curitiba. A segunda sentença foi de Bretas e Cabral foi condenado a 45 anos e dois meses de prisão na Operação Calicute .
Operação Mascate
De acordo com o MPF, os crimes de lavagem de dinheiro cometidos pelo ex-governador do Rio foram descobertos a partir de colaboração premiada, em que foram apresentadas provas de transações no valor de R$ 10,17 milhões, ocorridas entre 30 de agosto de 2007 e 28 de setembro de 2015.
Segundo as investigações, os conjuntos de atos de lavagem de dinheiro narrados tinham por objetivo converter os recursos de propina em ativos de aparência lícita e/ou distanciar ainda mais de sua origem ilícita o dinheiro derivado de crimes de corrupção supostamente praticados pelos denunciados.
Além dos R$ 3,4 milhões pagos à GRALC/LRG Agropecuária a título de consultoria, a denúncia do MPF aponta que os integrantes do esquema ocultaram a propriedade de um Camaro 2SS Conversível, avaliado em R$ 222,5 mil, e de uma Grand Cherokee Limited, avaliada em R$ 212,8 mil, bem como de sete imóveis no valor de R$ 6,3 milhões.
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Para os investigadores, Ary Filho – condenado a 9 anos e 4 meses de prisão – era o responsável pela entrega do dinheiro em espécie, que depois era utilizado pelos colaboradores para pagar os serviços de fachada e adquirir os carros e imóveis em nome de suas próprias empresas. Além de Sérgio Cabral e Ary Filho, Carlos Emanuel de Carvalho Miranda também foi condenado a 12 anos de prisão por lavagem de dinheiro.