Congonhas pode não mais ser privatizado
Renan Truffi/iG São Paulo
Congonhas pode não mais ser privatizado

A concessão à iniciativa privada do aeroporto de Congonhas está sendo reavaliada pelo Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil e o presidente Michel Temer já está a par da situação. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (20).

Veja também: Temer exonera oito ministros para ampliar apoio contra denúncia na Câmara

Em nota, a pasta informou que o ministro Maurício Quintella apresentou ao presidente Michel Temer análises que apontam que, sem as receitas do aeroporto de Congonhas, a Infraero não se sustentaria financeiramente.

"Dessa forma, os outros aeroportos do Sistema Infraero do país poderiam ser inviabilizados", informou o ministério.

Nos bastidores de Brasília, Temer teria prometido cancelar o processo de privatização em troca de votos do PR na segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República na Câmara dos Deputados. Valdemar Costa Neto, ex-presidente do partido e condenado no Mensalão, continua a ter influência dentro da sigla e teria interesse em ver o fim da licitação.

Confira: Lava Jato: Moro condena lobista do PMDB e manda prender ex-gerente da Petrobras

A nota do Ministério dos Transportes nega e afirma  que a argumentação foi "técnico-financeira" e "sem interferências políticas externas".

Em agosto, o governo confirmou que Congonhas faria parte dos aeroportos que seriam à iniciativa privada. Ele é o mais rentável dos que estão sob o comando da Infraero. A previsão do governo era publicar o edital e realizar o leilão em 2018.

Além de Congonhas, o governo havia anunciado a concessão de outros 13 aeroportos: Maceió (AL), João Pessoa (PB), Aracaju (SE), Juazeiro do Norte (CE), Campina Grande (PB), Recife (PE), Várzea Grande (MT), Rondonópolis (MT), Sinop (MT), Alta-Floresta (MT), Barra do Garças (MT), Vitória (ES) e Macaé (RJ). 

Os aeroportos da Infraero serão vendidos em três blocos. Cada um deles terá um aeroporto lucrativo. Congonhas seria vendido separadamente, e o pagamento seria de uma vez e à vista. O governo também venderá a participação de 49% da Infraero em Brasília, Confins, Galeão e Guarulhos, outros movimentados aeroportos da estatal. A expectativa, inclundo o leilão de Congonhas era de que o negócio movimentasse R$ 12 bilhões em outorgas.

O governo de Michel Temer autorizou também a privatização da Casa da Moeda e a Eletrobras, com o objetivo de aumentar o caixa.

Leia também: Renan alfineta Temer: "Nunca soube que Geddel era o chefe. Para mim, era outro"

*com informações da TV Globo e da Folha de São Paulo

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!