Na manhã desta quinta-feira (14), a Polícia Federal cumpre mandado de busca e apreensão em endereços com relação ao ex-governador do Mato Grosso e atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP). Um dos mandados está sendo cumprido em seu apartamento, na Aza Sul, região nobre de Brasília.
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Além deste endereço, policiais federais também fazem diligências em imóveis localizados em São Paulo e no Mato Grosso, ligados a Blairo Maggi . A ação, que ocorre com discrição, é parte da Operação Malebolge (12ª fase da Ararath), com ordens judiciais expedidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fuz, a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Citado na delação premiada do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) homologado em agosto. Em seu depoimento, Barbosa– que foi vice de Maggi entre 2007 e 2010 - acusou o ministro da Agricultura de ter participado de uma série de irregularidades e esquema de corrupção no estado.
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Mesalinho
Barbosa também falou sobre a participação do ministro em uma espécie de “mensalinho” pago a deputados da Assembleia Estadual de Mato Grosso como garantia de apoio político na votação de projetos do interesse do então governador. Segundo o delator, os pagamentos começaram em 2003, sendo R$ 30 mil por deputado.
“No ano de 2003 houve um acréscimo de R$ 12 milhões a R$ 15 milhões no orçamento da Assembleia Legislativa para que pudessem retirar desse valor as vantagens indevidas”, afirmou Barbosa, referindo-se a um acerto entre a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa e Maggi a fim de aumentar a mesada dos deputados estaduais.
Segundo a PF, há mais de 200 policiais federais e procuradores da República envolvidos na operação desta quinta-feira.
Blairo Maggi está sendo investigado na Operação Lava Jato por supostamente ter recebido R$ 12 milhões em campanha política, em 2006, conforme afirmaram delatores da construtora da Odebrecht em suas contribuições premiadas. Além de Maggi, outros 9 ministros do governo Temer estão sendo investigados pelo Supremo.
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