Horas depois do depoimento do ex-ministro Antonio Palocci ao juiz federal Sérgio Moro , o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou uma mensagem nas redes sociais, em que nega as acusações e aponta falta de provas.
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Segundo a nota publicada na página de Lula
no Facebook, a história contada por Palocci é contraditória em relação aos outros depoimentos de testemunhas, réus e delatores da construtora Odebrecht, e que só se compreende [a história] dentro “da situação de um homem preso e condenado em outros processos pelo juiz Sérgio Moro, que busca negociar com o Ministério Público e com o próprio juiz um acordo de delação premiada”. Desse modo, a defesa do ex-presidente aponta que o depoimento é uma tentativa de conseguir a delação.
“Palocci repete o papel de réu que não só desiste de se defender, como, sem o compromisso de dizer a verdade, valida as acusações do Ministério Público para obter redução de pena”, diz.
Sobre a planilha da Odebrecht citada por Palocci em seu depoimento, a defesa do ex-presidente petista aponta que – mesmo o ex-ministro afirma que era controlada por Marcelo Odebrecht e que “acha” que se refere a ele. “Ou seja, nem Palocci conhecia a tal planilha quanto mais Lula”, elucida a nota.
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Ainda sobre o depoimento, a mensagem publicada diz que “Palocci falou de uma série de reuniões onde não estava, e de outras onde não haveria testemunhas de suas conversas. Todas falas sem provas”, afirma.
Veja a íntegra da mensagem:
Dilma também se defende
A ex-presidente Dilma Rousseff , também acusada pelo ex-ministro nesta quarta-feira (6), se defendeu em nota, dizendo que Palocci mentiu diante da Justiça Federal a fim de conseguir se livrar da prisão.
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Nesta quinta-feira (7), a assessoria de imprensa da petista divulgou a mensagem em que nega todas as acusações, trazendo alguns números relativos às concessões de aeroportos, citadas pelo ex-ministro, no caso de supostos benefícios garantidos pelo governo Dilma à empreiteira.
O depoimento de Palocci aconteceu nesta quarta-feira ao juiz Sérgio Moro e durou cerca de duas horas. O ex-ministro acusou Lula e Dilma de terem uma relação “fluida” e um “pacto de sangue” com a construtora Odebrecht.