O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, que faz parte da Operação Lava Jato , revelou, durante um evento em São Paulo, nesta segunda-feira (14), que os membros da força-tarefa de Curitiba foram convidados para uma reunião no Palácio do Jaburu, no dia do impeachment da então presidente petista Dilma Rousseff .
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Na época, o Palácio do Jaburu era a residência oficial do então vice-presidente, Michel Temer (PMDB). Hoje, o local continua sendo a residência de Temer, que não quis se mudar para o Palácio do Alvorada, a casa oficial da Presidência da República, onde Dilma morava, quando ocupava o mais alto cargo do executivo.
A afirmação surgiu após Lima ser questionado por jornalistas sobre o que achava do encontro fora da agenda da próxima procuradora-geral da República, Raquel Dodge, com o atual presidente Temer. Em sua declaração, Lima criticou encontros não oficiais.
"Tenho para mim que encontros fora da agenda não são ideais para nenhuma situação de um funcionário público. Nós mesmos às vésperas, no dia da votação do impeachment, fomos convidados a comparecer no Palácio do Jaburu à noite e nos recusamos porque entendíamos que não tínhamos nada o que falar sobre o eventual presidente do Brasil naquele momento", disse o procurador, antes de iniciar sua palestra na capital paulista.
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Encontro com Raquel Dodge
A sucessora de Rodrigo Janot foi duramente criticada por ter ido encontrar-se com Temer por volta das 22h do dia 7 de agosto. A reunião não constava na reunião de nenhum dos dois e foi revelada pela imprensa brasileira.
Neste domingo (13), a futura procuradora-geral da República emitiu uma nota oficial em que afirma que formalizou o pedido por e-mail no dia 6 de agosto e que o encontro teve como foco o debate sobre sua posse.
A reunião ocorreu ainda no mesmo dia em que a defesa de Michel Temer entrou com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para que Janot seja afastado do caso das delações de empresários da JBS, que citam o presidente.
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O anfitrião do Palácio do Jaburu, Michel Temer , foi alvo de um pedido de investigação da PGR por corrupção passiva, mas que foi rejeitado em votação na Câmara dos Deputados. Espera-se que Janot entre com, ao menos, mais um pedido, dessa vez por obstrução de justiça, contra Temer.
* Com informações da Agência Ansa.