Em depoimento, Lula nega influência de Gleisi nas indicações da Petrobras

Presidente nacional do PT, senadora é ré em ação da Operação Lava Jato junto com seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo

Gleisi Hoffmann foi eleita em junho como presidente nacional do PT e contou com o apoio de Lula
Foto: Reprodução/Facebook
Gleisi Hoffmann foi eleita em junho como presidente nacional do PT e contou com o apoio de Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, durante depoimento à Justiça que a atual presidente do partido, a senadora Gleisi Hoffmann e seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, nunca tiveram influência na indicação de cargos na Petrobras.

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Lula foi arrolado como testemunha de defesa da senadora e prestou depoimento na última sexta-feira (7) em ação penal da Operação Lava Jato na qual o casal é réu no STF (Supremo Tribunal Federal).

Gleisi e Paulo Bernardo foram denunciados ao Supremo sob a acusação de ter recebido R$ 1 milhão para a campanha da senadora em 2010. De acordo com depoimento de delatores na Lava Jato , o valor é oriundo de recursos desviados de contratos da Petrobras. Ambos foram citados nas delações do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor de Abastecimento da empresa Paulo Roberto Costa.

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Segundo o ex-presidente, durante os seus mandatos, Paulo Bernardo não tinha poder para fazer indicações na Petrobras porque o Ministério do Planejamento não lida com nomeações. Sobre Gleisi, o petista disse que a senadora não tinha cargo no governo.

Indicação de Paulo Roberto costa

O ex-presidente também afirmou que a indicação da Paulo Roberto para a estatal foi feita pelo PP, por meio de sua bancada no Congresso Nacional, e que não existiam denúncias de corrupção contra ele na época. "O Paulo Bernardo, no Ministério do Planejamento, não teve nenhuma influência na indicação de gente da Petrobras , nenhuma influência. Nunca comentou, nem deveria comentar [indicações], porque não era da área dele”, disse.

Durante a audiência, ao se referir ao processo de nomeações no governo, o petista criticou o Ministério Público e afirmou que os procuradores não sabem “como é que se faz política de coalização no país e como se monta um governo". "Eu vou tentar explicitar como que é feito isso porque o Ministério Público em todas as acusações, ele acha criminoso os partidos indicarem pessoas. Numa outra encarnação, nós vamos indicar só gente do Ministério Público.”

A defesa do casal sustenta que as afirmações de Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef foram desmentidas ao longo das investigações da Lava Jato. Para a defesa, a acusação contra o casal foi baseada somente em supostas iniciais de Paulo Bernardo, encontradas em uma agenda de Costa, durante as investigações.

No mês passado, Gleisi Hoffmann foi eleita presidente nacional do PT . Ela contou com o apoio do ex-presidente Lula.


*Com informações da Agência Brasil