Em eleição realizada neste sábado (3), o PT elegeu a senadora Gleisi Hoffmann (PR) como presidente nacional da agremiação. Ela recebeu 69% dos votos dos participantes do congresso nacional do partido. Em segundo lugar ficou o também senador Lindbergh Farias (RJ), que foi escolhido por 31% dos eleitores.
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Apoiada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Gleisi Hoffmann é ré no STF (Supremo Tribunal Federal) em ação penal decorrente das investigações da Operação Lava Jato. A denúncia contra ela, apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) foi aceita em setembro do ano passado pela Segunda Turma da Corte. O marido dela, o ex-ministro Paulo Bernardo, também é réu no mesmo processo. O casal é acusado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
No site oficial da legenda, o partido ignora o fato de a sua nova presidente ser ré na Lava Jato. A agremiação reforça apenas o fato de ela ser a primeira mulher a presidir o diretório nacional do PT . “Mostramos para o Brasil que o PT tem diversidade, que nós temos garra para enfrentar tudo que está aí e propor uma coisa para o Brasil”, disse a senadora, após a confirmação de sua vitória no pleito.
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A senadora terá um mandato de dois anos à frente do partido e irá substituir Rui Falcão, que presidiu o diretório petista nacional durante seis anos.
Além de ser ré na Lava Jato , a nova presidente do PT aproveitou seu discurso de comemoração para fazer menção honrosa a outros caciques petistas envolvidos em grandes escândalos nacionais, como o ex-ministro José Dirceu, condenado na Operação Lava Jato e no Mensalão. Ao ouvirem o nome de Dirceu, os militantes o saudaram como “guerreiro do povo brasileiro”.
Histórico
Gleisi tem 51 anos, é advogada e filiada ao PT desde 1989, após passar pelo PCdoB. Antes de iniciar sua carreira na política partidária, participou de organizações como a União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas em Curitiba e a Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas).
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Eleita senadora em 2011, Gleisi Hoffmann ocupou o cargo de ministra-chefe da Casa Civil entre 2011 e 2014, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). A petista foi secretária de Reestruturação Administrativa do Mato Grosso do Sul, durante a gestão do ex-governador Zeca do PT – que hoje é deputado federal e também é investigado pelo STF por envolvimento nas irregularidades apuradas pela Operação Lava Jato.