A possibilidade do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assumir a Presidência da República em caso de afastamento de Michel Temer já estaria sendo analisada por membros do governo. Segundo o jornal "Folha de S.Paulo", o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já discute de forma reservada sua permanência à frente da pasta em caso de mudança no comando do Executivo.

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Durante reuniões com aliados de Maia e investidores nos últimos dias, o ministro teria ouvido apelos para seguir no cargo.  As conversas, no entanto, contam com uma demanda do ministro. Segundo o jornal, Meirelles afirmou que só continuaria no cargo caso seja garantida maior autonomia à equipe econômica, especialmente em relação à escolha da cúpula do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Henrique Meirelles acredita que manutenção de ministros da ala política é essencial para avanço das reformas
Beto Barata/PR - 26.6.17
Henrique Meirelles acredita que manutenção de ministros da ala política é essencial para avanço das reformas

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A expectativa do mercado é garantir que a agenda de reformas defendida atualmente seja mantida em uma eventual substituição de Temer. Para investidores e banqueiros,  o presidente perdeu seu capital político por conta da denúncia de corrupção feita pela Procuradoria-Geral da República. Enquanto isso, Maia tenta convencer o setor financeiro de que pode retomar fôlego do governo e acelerar a votação no Congresso de projetos impopulares.

Ainda de acordo com o jornal, a equipe econômica acredita que mudanças em peças importantes do governo poderiam gerar dúvidas ao mercado sobre a manutenção da pauta de reformas. Um dos pontos questionados é a permanência de Eliseu Padilha na Casa Civil. Para Meirelles, o ministro é um ator fundamental para o avanço da proposta de reforma da Previdência.

Apesar de as equipes dos dois ministérios terem travado embates por questões políticas e econômicas, Meirelles acredita que possível deslocamento de Padilha para uma área com pouca articulação entre parlamentares enfraqueceria as negociações com deputados e senadores. No cargo desde maio de 2016, o ministro da Fazenda já teria demonstrado incômodo por conta de interferências da ala política do governo Temer que atingem as contas públicas.

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A dificuldade de retomar o crescimento da economia ainda estaria criando obstáculos para os planos políticos de Meirelles. Apontado como um dos pré-candidatos na corrida presidencial de 2018, o ministro da Fazenda visava ao discurso de responsável pelas medidas que tirariam o país da crise.

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