Dilma Rousseff e Lula citam
Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Dilma Rousseff e Lula citam "golpe" ao comentar denúncia da PGR contra o presidente Michel Temer no STF

Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT, reagiram à denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR)  contra o atual chefe do governo federal, Michel Temer, cobrando a realização de eleição antecipada e mencionando o "golpe" que provocou o impeachment de Dilma.

Lula concedeu entrevista nesta terça-feira (27) à Rádio Itatiaia , de Minas Gerais, e disse que Temer, que se tornou o primeiro presidente a ser denunciado pela PGR durante o exercício do mandato, "não tem condições" de seguir no Palácio do Planalto.

"O ideal seria que o próprio Temer convocasse novas eleições. Ele não tem condições de governar. Agora eles sabem que fora da democracia não é possível construirmos o Brasil que a gente sonha", declarou o petista.

O ex-presidente disse ainda acreditar que a parcela da população brasileira que protestou pelo impeachment de Dilma Rousseff , taxado pelos simpatizantes da petista como "golpe", estejam "arrependidos" ao verem as denúncias contra Michel Temer.

"O Brasil tinha virado protagonista internacional e tudo isso está acabando por mediocridade, por um golpe insensato. Aqueles que foram pra rua derrubar a Dilma dizendo que o Brasil ia melhorar agora estão com vergonha. Não colocam mais a camisa verde e a amarela porque sabem que fizeram bobagem", avaliou o ex-presidente.

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"Resultado do golpe"

Em seu perfil na rede social Twitter, Dilma Rousseff também comentou a denúncia por corrupção passiva contra Temer oferecida ao Supremo Tribunal Federal (STF) na noite dessa segunda-feira (26). Dilma enfatizou o fato de o peemedebista ter se tornado o primeiro presidente da República a ser denunciado por corrupção durante seu mandato.

"Resultado do golpe de 2016: deixar o País nas mãos do único presidente denunciado por corrupção. Impeachment sem crime de responsabilidade: ponte dos perdedores sobre a democracia para o desmonte do País", escreveu Dilma.

A ex-presidente apontou como responsáveis pela atual situação a "grande mídia", o PSDB e os "adeptos do Pato Amarelo", menção jocosa aos manifestantes que participaram de protestos contra ela, atos esses que ficaram marcados pela escultura de um pato de borracha idealizada pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

"Grande mídia, PSDB, adeptos do Pato Amarelo conheciam a conduta do grupo que assaltou o Planalto e são responsáveis diretos por sua ascensão", escreveu Dilma.

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Lula e a Lava Jato

Ainda na entrevista desta terça-feira, o ex-presidente Lula voltou a criticar a Operação Lava Jato, ainda que tenha se colocado como "um dos principais articuladores para o fortalecimento das instituições de fiscalização e combate à corrupção no País".  "Todo brasileiro em seu juízo perfeito é contra a corrupção. Mas todas as denúncias precisam ser provadas. A delação não pode ser avacalhada, é um instrumento sério. É preciso que ela seja materializada em provas", disse o petista.

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