Ministro da Justiça, Torquato Jardim, tem histórico de críticas às ações da Operação Lava Jato
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil - 5.6.2017
Ministro da Justiça, Torquato Jardim, tem histórico de críticas às ações da Operação Lava Jato

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, afirmou durante reunião realizada nesta semana com sindicalistas que irá trocar o comando da Polícia Federal, atualmente chefiada por Leandro Daiello. A substituição é tida como uma tentativa do governo de interferir nas investigações da Operação Lava Jato.

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As informações foram publicadas em reportagem deste sábado (22) da “ Folha de S.Paulo ”, que informa ainda que um dos principais nomes cotados pelo ministro da Justiça para assumir a Polícia Federal é o do delegado Rogério Galloro, cujo perfil é considerado mais adaptado ao ambiente político.

A indicação de Galloro teria partido do general Sérgio Etchegoyen, que é o responsável pelo GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência da República. O militar já indicou o diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Janér Tesch Hosken Alvarenga, além do próprio Torquato Jardim.

A reportagem diz ainda que o ministro pretende promover uma reorganização da estrutura da Polícia Federal , colocando em outro órgão os agentes que atuam em funções sem relação direta com a atividade policial, entre elas a emissão de passaporte e o controle do fluxo de estrangeiros no País.

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O delegado Sandro Avelar, presidente da Fenadepol (Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal), que participou da reunião, deu entrevista à “ Folha ”, na qual critica a decisão de Jardim de modificar a estrutura da PF. Na avaliação dele, o ministro deveria aumentar o efetivo de agentes da corporação, que hoje tem cerca de 11 mil funcionários. Os sindicatos da categoria estimam que seriam necessárias 15 mil pessoas para atender às demandas de maneira adequada.

Histórico de críticas

Antes de ser nomeado para o Ministério da Justiça, Torquato Jardim já fez críticas públicas à Lava Jato . Em fevereiro deste ano, o jurista listou problemas no decorrer da operação, como as longas prisões provisórias e as condenações de réus, que, na opinião dele, foram sem provas adequadas.

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Em maio do ano passado, o agora ministro da Justiça publicou um artigo no jornal “ Diário do Povo do Piauí ” no qual demonstrou ceticismo em relação à possibilidade de a Lava Jato promover mudanças significativas na cultura do País e no combate à corrupção. “O que mudou com o impeachment de Fernando Collor? O que mudou no Brasil depois da CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] do Orçamento quando os sete anões foram cassados? O que mudou com o mensalão? O que vai mudar com a Operação Lava Jato?”, escreveu.

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