Taxa de aprovação de Temer é a mais baixa desde o período de hiperinflação do governo José Sarney, em 1989
Marcos Corrêa/PR - 16.3.2017
Taxa de aprovação de Temer é a mais baixa desde o período de hiperinflação do governo José Sarney, em 1989

A aprovação do governo Michel Temer atingiu o índice mais baixo dos últimos 28 anos, segundo pesquisa divulgada neste sábado (24) pelo Instituto Datafolha. Apenas 7% da população brasileira considera a gestão do peemedebista boa ou ótima, a pior marca desde o governo de José Sarney (PMDB), que registrou 5% de aprovação em setembro de 1989.

Os brasileiros que classificam o governo Michel Temer como ruim ou péssimo já representam 69% da população, enquanto outros 23% o consideram regular (outros 2% não souberam responder). Na pesquisa anterior, divulgada pelo Datafolha no fim de abril , a gestão Temer agradava a 9% dos eleitores, enquanto a taxa de desaprovação era de 61%.

A atual marca do presidente, influenciada pelas denúncias surgidas a partir da delação de Joesley Batista, já é pior que a registrada pela sua antecessora no cargo, Dilma Rousseff (PT), às vésperas de sofrer o impeachment. A petista detinha índices de 9% de aprovação e de 63% de reprovação.

A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O Datafolha entrevistou 2.771 pessoas entre quarta (21) e sexta-feira (23), em 194 cidades brasileiras.

De acordo com o levantamento, a avaliação do governo Temer é pior entre as mulheres, os jovens, a população mais pobre e os brasileiros do Nordeste. Os melhores índices do peemedebista aparecem entre os eleitores do Sul e os brasileiros mais abastados, com renda familiar média superior a dez salários mínimos.

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Efeito Joesley

A flagrante queda na avaliação de Temer no Palácio do Planalto é efeito direto das denúncias surgidas a partir do acordo de delação premiada feito pelo empresário Joesley Batista, dono do grupo JBS, e outros executivos da rede de frigoríficos.

O presidente é investigado em inquérito autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por supostamente ter dado aval a um plano de Joesley para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) e do lobista Lúcio Funaro. Também é apurado no inquérito acusações de que Temer teria indicado seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures para atuar em favor dos interesses do grupo J&F junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

O estopim das investigações contra o presidente foi a gravação de uma conversa entre o empresário da JBS e Michel Temer em março deste ano no Palácio do Jaburu. A Polícia Federal concluiu a perícia técnica da gravação nesta sexta-feira e entendeu que não houve edições no áudio , conforme alegava a defesa do presidente.

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