O ministro interino da Cultura João Batista Andrade (PPS), que respondia pelo cargo desde maio, pediu demissão nesta sexta-feira (16). João Batista ocupava o posto de Roberto Freire (PPS), que também havia pedido para sair após as acusações feitas por Joesley Batista de que o presidente Michel Temer (PMDB) de ter recebido propina da JBS.
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Em uma carta enviada a Temer, João Batista informou que não havia interesse em ser efetivado no cargo de ministro da cultura. No comunicado, ele diz ao presidente que está disposto a contribuir de forma proativa com a transição.
Antes de ter assumido o ministério interinamente, João Batista foi secretário-executivo de Freire no Ministério. Filiado ao PPS, ele é escritor, roteirista e cineasta. Antes de trabalhar no ministério, havia sido nomeado secretário de Cultura do Estado de São Paulo em 2005 e, entre 2012 e 2016, atuou como presidente da Fundação Memorial da América Latina (SP).
Decisão antecipada
A decisão de João Batista apenas antecipou o que Temer faria. Segundo alguns aliados do presidente, ele já havia sinalizado que trocaria o interino. A ideia de tirar o poder do PPS já era esperada, devido ao fato de Freire ter cobrado a renúncia do presidente e se demitido logo após a crise que aconteceu depois do escândalo que envolve Temer e a JBS, que resultou no inquérito contra o peemedebista por corrupção obstrução à Justiça e organização criminosa.
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Sendo assim, o PMDB iria disputar a vaga aberta na Cultura, já que o partido perdeu um dos postos na Esplanada, com a saída do ministro da Justiça, em maio.
No entanto, há uma disputa interna no partido, entre os peemedebistas, já que a bancada mineira teria interesse na vaga enquanto senadores do PMDB também apresentaram interesse.
Antes da demissão de João Batista, o presidente já havia dito que iria resolver o impasse no Ministério da Cultura somente depois que ele voltasse da viagem oficial que fará para a Rússia, que vai acontecer na próxima semana, entre os dias 19 e 23 de junho.
*Com informações da Agência Brasil
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